CURITIBA. Em evento para marcar os três anos de Operação Lava-Jato nesta sexta-feira em Curitiba, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que a operação ?chegou a um momento de culminância? e alertou a população sobre ?órgãos que tentam impedi-la?. Segundo o procurador, ?há tentativas de derrubar a Lava-Jato? e a população precisa ficar atenta a isso.
? A classe política tentou, no fim do ano passado, passar projetos de anistia, de responsabilização de procuradores (…). Temos boa parte do Legislativo e do Executivos contra a investigação. Temos órgão que tentam impedi-la. É um momento de felicidade, mas um momento de muita tensão, de muito cuidados ? disse Carlos Fernando. ? Basta uma noite no Congresso Nacional que toda uma investigação pode cair por terra ? alertou.
Na coletiva de imprensa realizada em Curitiba, o procurador da República Deltan Dellagnol aproveitou para criticar o ?foro privilegiado sem paralelo no mundo? e dizer que a sociedade não pode colocar responsabilidade excessiva sobre o judiciário; que é fundamental que as reformas ocorridas nos últimos três anos ultrapassem o Judiciário.
A cooperação internacional pautou a coletiva, que contou com a participação de Vladimir Aras, secretário de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República (PGR), e do representante da Unidade de Inteligência do Serious Fraud Office, do Reino Unido, Marc Brown, que elogiou os esforços da Lava-Jato.
Deltan disse que houve cooperação entre a Lava-Jato com mais de um quinto dos países do mundo nesses três anos e que foram repatriados o montante recorde de R$ 756,9 milhões de vários países nos últimos três anos ? valor muito maior do que os R$ 45 milhões que haviam sido repatriados ao Brasil via acordos internacionais em toda a sua História.
? A Lava-jato significa um rompimento do ciclo de corrupção no país ? disse Deltan, que disse não saber o que ainda mudou no país. ? Ela é apenas um ponto fora da curva ou significa que o país vai trilhar em trilhos menos corruptos? ? questionou.