GRAN PARQUE IBERÁ

Aves nascidas no Refúgio Biológico da Itaipu são soltas em santuário argentino

Descubra como a Itaipu promove a reintrodução de espécies ameaçadas. Conheça os esforços para preservar a diversidade biológica - Tomás Navajas/Rewilding Argentina
Descubra como a Itaipu promove a reintrodução de espécies ameaçadas. Conheça os esforços para preservar a diversidade biológica - Tomás Navajas/Rewilding Argentina

Quinze mutuns-de-penacho (Crax fasciolata), nativos do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) da Itaipu Binacional em Foz do Iguaçu, estão soltos no Gran Parque Iberá, na Argentina. A doação, feita em março deste ano à Fundação Rewilding Argentina, representa a conclusão de um ciclo de reprodução e reintrodução de espécies ameaçadas.

Programa de Reprodução de Espécies

Além disso, por meio dessa parceria, Itaipu fornece animais do Programa de Reprodução de Espécies e, em troca, aprende com a experiência de 20 anos da Rewilding Argentina em reintrodução. O objetivo é expandir essas iniciativas para áreas no Brasil. Em 2019, 29 mutuns-de-penacho, além de antas (Tapirus terrestris) e jaguatiricas (Leopardus pardalis).

O médico-veterinário Pedro Telles, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, destacou a importância da conservação: “Para a fauna, não existem fronteiras. Ao contribuir na Argentina, estamos ajudando uma espécie brasileira”. Até as décadas de 30 e 40, os mutuns eram comuns na Argentina, mas a caça e a agropecuária levaram à sua extinção na região de Iberá. A Rewilding escolheu várias espécies, como catetos, veados-campeiros, tamanduás e onças-pintadas, para repovoar a área.

“A união de nossa experiência em reprodução com a deles em reintrodução foi a oportunidade ideal”, disse Telles. Em 20 anos, a fundação reintroduziu mais de 20 espécies, incluindo onças-pintadas e ariranhas. O Gran Parque Iberá, com suas paisagens úmidas, é a segunda maior área desse tipo no mundo, perdendo apenas para o Pantanal.

Soltura das aves

Entretanto, a soltura das aves exigiu um extenso trabalho técnico e burocrático. Para enviar os mutuns, se seguiu as diretrizes da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção (Cites), regulamentada no Brasil pelo Ibama.

Após a documentação, as aves passaram por exames de saúde, foram vermifugadas e medicadas. Antes da viagem, cumpriram uma quarentena de 30 dias no RBV e, ao chegarem ao Iberá, ficaram mais um período em observação.

Dessa forma, as aves ficaram em recinto de 200 m² e 20 metros de altura para aclimatação. Por fim, cada ave teria recebido coleiras de monitoramento e foi transportada em caixas de madeira até o novo habitat, onde puderam caminhar livres na natureza.

Fonte: Itaipu Binacional