Os moradores de Cascavel já estão acostumados: depois de uma boa chuva, vem a “chuva de buracos”! E, em algumas vias, os buracos são muitos e grandes em pequeno trecho. Quando isso acontece, a equipe da operação tapa buracos já sabe que terá muito trabalho pela frente. O problema é que a cidade tem uma única usina de asfalto que fica na antiga pedreira municipal, que em 2022 completou 33 anos de funcionamento. E, exatamente pela idade, muitas vezes acaba deixando a equipe “na mão”.
Para resolver esse problema, a Sesop (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas) lança nos próximos dias um edital para comprar uma nova usina de asfalto, com custo inicial de R$ 5 milhões, um equipamento bem mais moderno que o atual que ainda “socorre” Cascavel.
De acordo com o secretário Sandro Rocha Rancy (Sesop), a ideia é ficar com as duas usinas, para que na falta de uma a outra supra a necessidade. “Esta é uma demanda antiga que temos e que agora fomos autorizados a comprar”, comemorou. Ele explicou que para melhorar os trabalhos na cidade, além da usina serão adquiridos também dois caminhões para a equipe da operação tapa buracos, que ao invés de dois grupos, ganhará mais uma equipe para reforçar o serviço. Os novos caminhões semi-automatizados também têm uma nova tecnologia para armazenar e para despejar o material para que seja feita a complementação asfáltica dos buracos.
Conforme Rancy, a proposta é que uma das equipes fique nos trabalhos de reperfilamento das vias quando necessário e que, além disso, os serviços de micro revestimento, recape e de reestruturação, termos técnicos de melhorias das vias, serão terceirizados, reforçando o serviço das equipes de servidores. “Precisamos fazem sempre o emergencial, melhorar o que temos e principalmente agir na prevenção”, reforçou Sandro.
Mais R$ 8 milhões
E, falando em melhorias, uma grande licitação será realizada no dia 11 deste mês para contratar uma empresa que fará o micro revestimento de diversas ruas da cidade, aquelas com maior movimento e que precisam de melhorias. Serão dois lotes separados, com valor inicial de R$ 8,5 milhões e que vão contemplar as Ruas Pio XII, Fortaleza, Londrina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Manoel Ribas, Antonina, Minas Gerais, Salgado Filho, Visconde Guarapuava, Lapa, 25 de Agosto e Rua da Bandeira.
O secretário explicou que este tipo de melhoria é importante e que com isso, serão melhorados cerca de 500 mil metros quadrados de revestimento da cidade, que tem um total de 10,5 milhões metros quadrados. “Os buracos sabemos que incomodam e que precisam ser tapados, mas eles representam nos piores dias um total de 0,2% das vias. Nosso foco é sempre de fazer o emergencial, mas buscando melhorar o que temos e fazer prevenção”, explicou Sandro, lembrando que a maior parte das obras é feita por meio de financiamentos e que de 2017 até agora, foram mais de R$ 500 milhões em obras.
Para o secretário, que também é engenheiro, o ideal é que uma grande licitação como essa seja feita todos os anos, para o trabalho ir sempre se complementando, o emergencial com o preventivo, e que esse planejamento é importante para melhorar as ruas da cidade que tem atualmente cerca de 98% das ruas asfaltadas.
Rancy lembra que várias obras estão em andamento na cidade, como da Rua Rio de Janeiro e Salgado Filho, ligação da Olindo Periolo com a Avenida Rocha Pombo e 29 ruas nos bairros Lago Azul e Tarumã.
Aumento dos custos
Um dos problemas enfrentados pela Sesop, segundo Sandro Rangy, é trabalhar com a constante elevação de preços dos produtos que compõe o asfalto, que tiveram um ‘boom’ desde o início da pandemia. Para se ter uma ideia, o cimento asfáltico quase dobrou de preço. Em março de 2020 o valor da tonelada era de R$ 2.380,00 e, atualmente, custa R$ 4.410,00, dados do site da Agência Nacional do Petróleo.
“Muitas vezes mandamos a licitação e antes do processo ocorrer já precisamos revisar os valores, isso acaba prejudicando o andamento das licitações”, salientou. Este aumento acabou impactando em contratos que acabaram se arrastando nos últimos anos, entre eles, dos abrigos dos ônibus e de asfalto dos bairros Lago Azul e Tarumã, que está sendo feitas por uma mesma empresa, a CS Engenharia.
O secretário disse que tem acompanhado o andamento com a empresa que conseguiu injetar novos recursos no empreendimento para terminar o serviço que tem apenas 30% executada. “São obras que estão atrasadas e que foram diretamente impactadas pela a pandemia, pela a alta dos custos e por desfalque de funcionários com afastamentos”, reforçou. No Lago Azul estão trabalhando no meio fio e nas galerias. Os valores dos contratos estão sendo atualizados e devem ter um reajuste de pelo menos 100 %. O inicial era de R$ 5.108 milhões do Lago Azul e R$ 4.174 milhões do Tarumã.
Rocha Pombo
Outra licitação que foi aberta, mas não teve interessados e que está sendo refeita, é do recape da Avenida Rocha Pombo, do Lago Municipal até o viaduto. “Lançamos, mas quando foi feita o valor do asfalto subiu e não teve ganhador, agora teremos que refazer todo o processo”, disse Sandro, complementando que a Rua Marechal Cândido Rondon também será melhorada e processo será lançado em breve.