RIO – A tsunami chegou ao órgão regulador das contas do estado. E caminha a passos largos rumo a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Uma pororoca de crises jamais vivida nessa intensidade no Rio. E olha que não foram poucas. É o auge de uma insolvência administrativa, em que o presidente da Alerj, Jorge Picciani, levado coercitivamente a depor, vinha se apresentando como o negociador da dívida do Rio com a equipe econômica. Nas mãos dele estão também soluções legislativas para tentar impedir o Rio de entrar no abismo econômico que se avizinha.
Ecos da tal ventania que vem sacudindo a República. A Lava-Jato ramificou e frutificou no estado. E mexeu com estruturas arraigadas há décadas. Conselheiros são indicações políticas. Aparentemente, com ligações estreitas a esquemas já incorporados à inacreditável rotina de desvios do poder público.
Quando a naturalização do erro se incorpora a um órgão fiscalizador, algum limite de extrapola. Mas um outro cenário de desenha: conhecer o absurdo, se comprovado o escândalo, é o primeiro passo para alguma transformação. Nada será como outrora. E o primeiro e óbvio efeito colateral: o PMDB, partido que surfava na política fluminense, se fere na origem, com suspeitas sobre o chefão da legenda no estado, ja chamuscada pelos nomes nacionais envolvidos na Lava-Jato, e com a prisão de conselheiros q saíram da costela do partido. O ano de 2018 se torna um incerto e intrigante futuro. E 2017, um ainda mais nebuloso cenário para o Rio.