Cotidiano

AMP é única a rejeitar retorno da CPMF

O anúncio da posição foi informado pelo presidente da AMP, o prefeito de Assis Chateaubriand, Marcel Micheletto (PSDB), no sábado

Assis – A AMP, Associação dos Municípios do Paraná, foi a única entre as 27 entidades municipalistas do País a se posicionar contrária à intenção do governo federal de retorno da CPMF, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. O anúncio da posição foi informado pelo presidente da AMP, o prefeito de Assis Chateaubriand, Marcel Micheletto (PSDB), no sábado, durante a plenária que abriu os trabalhos da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná.

Marcel informou que foi o único, entre os seus pares durante recente encontro com a presidente Dilma Rousseff, que teve a coragem de se erguer e de rejeitar o retorno do imposto. “Mesmo como voto vencido, porque todos os outros foram favoráveis à proposta, fiz questão de dizer que esse é mais um imposto que vem para penalizar o setor produtivo, para pesar nas costas de empresas e do trabalhador formal e que, ao contrário do que dizem, não será solução para os problemas nacionais”.

O caminho para corrigir os rumos do País está em ajustes em casa, no próprio governo, com cortes de gorduras e excessos, com a adoção de técnicas eficientes de gestão e com o incansável combate à corrupção, disse Marcel. Mesmo que a posição do Paraná tenha sido derrotada, o presidente da Caciopar, Sergio Marcucci, que é de Marechal Cândido Rondon, a considera simbolicamente das mais importantes. “Mostra que alguns políticos pensam diferente, que entendem o peso e a ineficiência da máquina pública e que reconhecem que antigas fórmulas, que condenam o País ao retrocesso e ao atraso, precisam ser superadas de uma vez por todas”.

Contas

Marcel foi além e falou da importância do processo de organização e de unidade do Oeste, que passa a aprimorar e a profissionalizar suas reivindicações. “Aprendemos a fazer contas e agora não será, como ocorreu durante tanto tempo, tão fácil ludibriar a gente. Queremos e vamos exigir o que nos é de direito, porque somos uma das regiões que mais produzem e trabalham no País, tanto o Oeste quanto o próprio Paraná”, disse o presidente da Associação, que está à frente de uma entidade que representa 399 municípios e mais de 11 milhões de paranaenses.

Imposto ficou ativo por dez anos

A CPMF foi criada no ano de 1997 no governo de Fernando Henrique Cardoso. A justificativa do imposto, considerado dos mais perversos por seu efeito em cascata, era de conseguir dinheiro para a saúde pública. O próprio então ministro da Saúde, Adib Jatene, afirmou que pouco do que a CPMF arrecadava ia mesmo para o setor. O imposto deixou de existir em 2007, com uma das mais marcantes derrotas de Lula da Silva no Congresso. Agora, o Governo Dilma Rousseff tenta reeditá-lo. Na ânsia de contornar forte rejeição no Congresso, ela busca apoio de governadores e prefeitos para facilitar o retorno. A alíquota seria de 0,38% sobre a movimentação financeira, desses 0,20% à União e 0,18% para estados e municípios.