Cotidiano

Acidentes e mortes no trânsito crescem nas rodovias e na cidade

Acidentes e mortes no trânsito crescem nas rodovias e na cidade

Ao entrar no carro, colocar o cinto de segurança e assumir a direção, o motorista passa a ser responsável não apenas por ele e pelo o seu veículo, mas também pela vida de muitas pessoas que fazem parte do trânsito. Mesmo com essa “responsabilidade”, a imprudência, negligência e imperícia acabam, muitas vezes, sendo maior do que o ato de cuidar com o próximo. Por conta disso, os números de acidentes e mortos, infelizmente, continuam aumentando em Cascavel e região.

Dados do primeiro semestre deste ano confirmam este crescimento tanto dentro como fora da cidade, o que preocupa e “dispara o alerta” das autoridades de trânsito. Desde o começo do ano, a reportagem do Jornal O Paraná vem divulgando dados relacionados ao tema, assim como do aumento de fiscalizações que visam justamente coibir esse tipo de problema que envolve toda a sociedade.

De acordo com a professora e educadora de trânsito, Luciane de Moura, que atua como presidente do Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção e Controle de Acidente de Trânsito), de janeiro a junho deste ano oito pessoas perderam a vida em decorrência de acidentes de trânsito, um aumento de 100% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando quatro óbitos foram registrados. Além disso, o número de acidentes subiu de 2.018 ocorrências no ano passado para 2366 neste ano, um crescimento de 17%.

“As pessoas precisam se conscientizar que o trânsito está intimamente ligado ao comportamento dos motoristas”, disse Moura. Segundo ela, neste período também foram muitos flagrantes de pessoas que dirigem sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e também após a ingestão de bebida alcoólica, além dos que insistem em não adotar os cuidados básicos de segurança como o próprio cinto de segurança.

Por outro lado, o número de feridos no período caiu, passando de 610, em 2022, para 562 neste ano.

Rodovias federais

Nas rodovias federais o aumento de acidentes e de feridos também causa preocupação. Nestes primeiros seis meses de 2023, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Cascavel registrou 314 acidentes cerca de 10% a mais do que no mesmo período do ano passado que fechou em 286. Paralelo ao crescimento de acidentes, também foi registrado maior número de feridos, sendo que no ano passado 323 pessoas ficaram feridas nos acidentes, com 356 neste ano. Acidentes com feridos neste ano foram 222 e no ano passado foram 198 nas rodovias da região.

Para o chefe do setor de Policiamento e Fiscalização da PRF, Ricardo Salgueiro, a grande parte dos acidentes envolve também a imprudência, principalmente, os que envolvem as saídas de pista que são ligados à velocidade incompatível da via. “Além disso, temos um grande número de registros de casos de embriaguez ao volante, isso dos casos que conseguimos flagrar, fora tantos outros que passam despercebidos”, destacou.

Outra análise interessante que a PRF fez e que demonstra isso, é que a maioria dos acidentes graves e com mortes ocorrem no domingo, da tarde para a noite, e grande parte deles ligado ao consumo de álcool. Neste ano, 39 pessoas perderam a vida nas rodovias federais da região e no ano passado foram 42 pessoas. “Este número é apenas das pessoas que morreram no local do acidente ou dentro da ambulância, fora ainda aquelas que acabam indo a óbito dias depois”, explicou. O segundo dia com maior quantidade de acidentes é a quinta-feira e depois o sábado.

Principais causas

Pelo relatório semestral ainda é possível ter acesso aos tipos de acidentes mais comuns nas rodovias federais. Em primeiro lugar está a saída de pista que teve 76 acidentes neste ano e 86 no mesmo período do ano passado. Em segundo lugar aparece a colisão transversal que neste ano teve 67 ocorrências contra 43 do ano passado e em terceiro a frontal, 41 em 2023 e 34 em 2022. Depois aparece no relatório a colisão traseira, tombamento, atropelamento, queda de veículo, entre outros.

Já no ranking das causas de acidentes, em primeiro lugar aparece o excesso de velocidade, seguida pela embriaguez ao voante e, e em terceiro lugar, o acesso da via sem observar outros veículos, todas ligadas ao comportamento o que reforça a análise do chefe da PRF. “É importante que as pessoas tenham essas informações e que se conscientizem já que o comportamento está extremamente ligado a quantidade e a gravidade das ocorrências”, concluiu Salgueiro.

Foto: Luiz Felipe Max/Sot