Cotidiano

202 anos da Independência do Brasil serão comemorados com país dividido 

202 anos da Independência do Brasil serão comemorados com país dividido 

O tradicional desfile cívico-militar na Avenida Brasil, em Cascavel, neste sábado, 7 de Setembro, pretende ser em grande estilo. A organização terá cerca de 300 pessoas trabalhando, com a participação de 12 mil pessoas, 286 veículos e 41 animais, e uma expectativa de público 50 mil pessoas. A concentração das escolas, entidades e associações está programada para as 16h30, com início das atividades e protocolos militares às 17h30 e a abertura do desfile às 17h45.

Em 2023, primeiro ano da atual gestão do presidente Lula (PT), a exemplo de Cascavel, milhares de municípios em todo país cancelaram a realização dos desfiles alegando contenção de gastos diante das incertezas e instabilidade da economia. Entretanto, a volta da manifestação patriótica, neste ano de eleições municipais, será marcada por manifestações que pedem o impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.

São Paulo X Brasília

Em Brasília, o desfile de 7 de Setembro acontece envolto à polêmica envolvendo o convite de Lula ao MST (Movimento Sem Terra), que gerou “desconforto” entre os militares responsáveis pela organização do ato que tem foco na “celebração histórica” da Independência e não como “movimentação política”. Em 2023, o desfile foi considerado um fracasso de público.

Por outro lado, as atenções do Brasil – e também do mundo – estão voltadas para a manifestação organizada pela oposição ao governo petista, sob a tutela do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em comício em Juiz de Fora (MG), sexta-feira (6), na mesma esquina onde foi esfaqueado em 2018, Bolsonaro disse que diversos atos neste 7 de Setembro serão uma demonstração da insatisfação de grande parte da população sobre as decisões do ministro Alexandre de Moraes. Ele fez críticas diretas ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), por não dar seguimento aos pedidos de impeachment contra Moraes.

“Não estamos comemorando nossa independência. É uma vergonha falar em independência onde o povo não tem liberdade. E se alguém achar que estou mentindo, que reclame no X. Cada vez mais perdemos nossa liberdade no Brasil. É uma pessoa autoritária que está aí, cresce o movimento do impeachment, mas não adianta contarmos no momento com o presidente do Senado (Rodrigo Pacheco). Uma pessoa que não está preocupada com o Brasil, mas só consigo próprio”, afirmou.

Bolsonaro também falou da sua condição de inegibilidade. “Fizeram uma covardia comigo, no estilo da Venezuela e Nicarágua, coisa de republiqueta. Não me tornaram inelegível por acharem dinheiro na cueca ou em malas ou desfalque em alguma estatal. Abuso de poder? O que eu ganhei me reunindo com embaixadores? Estou inelegível por causa disso? É uma coisa pessoal do senhor Alexandre de Moraes”. E alertou: “Não pode uma pessoa de um poder tripudiar em cima de todo mundo. Se ele resolver prender amanhã alguma pessoa, ele prende, sem dar satisfação nenhuma. Isso é democracia?”.

Manifestações

A manifestação pelo impeachment de Alexandre de Moraes, em São Paulo, na Avenida Paulista, tem início programado para as 14h. Além da capital paulista, há mobilizações programadas em diversos estados pela manhã e a tarde. No Paraná, há mobilização prevista para as 11h na Praça 19 de Dezembro, e em Ponta Grossa, às 14hs na Praça Marechal Floriano Peixoto.