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Quando e porquê se deve trocar o fluido de freio

É comum que o nível do fluido de freio diminua com o desgaste das pastilhas e discos

Quando e porquê se deve trocar o fluido de freio

Realizar a substituição do fluido de freio somente quando há desgaste das pastilhas e discos, e ignorar a sua degradação ao decorrer do tempo, são os maiores erros dos motoristas. Por ter um papel fundamental no sistema de frenagem do veículo, o fluido requer alguns cuidados redobrados no dia a dia, que foram apontados pela Motul, multinacional francesa especializada em lubrificantes de alta tecnologia.

A degradação do fluido instituída a partir da umidade pode baixar a temperatura de ebulição, promover a tendência à corrosão, alterar a viscosidade, danificar tubulações e causar mau funcionamento no ABS e em outros componentes que estão em contato com o produto. “Conforme o fluido absorve umidade, o seu ponto de ebulição diminui, fazendo com que a proteção contra a possibilidade de ferver e gerar bolhas de ar seja reduzida”, aponta Caio Freitas, engenheiro de aplicações e suporte técnico da Motul Brasil.

É comum que o nível do fluido de freio diminua com o desgaste das pastilhas e discos. Caso esteja excessivamente baixo, a condição das peças e possíveis vazamentos devem ser conferidos. “Não é recomendado utilizar um produto vencido ou que já teve sua embalagem aberta por um longo período, pois o fluido pode estar com a sua temperatura de ebulição abaixo do esperado, e consequentemente, sua vida útil será inferior ao projetado”, aconselha o especialista.

Prevenindo problemas

Em toda revisão do veículo, o nível e condição de fluido devem ser inspecionados para verificar se há indícios de vazamentos. Por ser higroscópico – absorve a umidade do ar -, o fluido é suscetível a variação da degradação de acordo com condições externas e de uso. Nas regiões de alta umidade e em cenários onde o freio atinge altas temperaturas, deve ser feita a substituição do fluido em um intervalo reduzido se comparado a veículos utilizados em regiões secas e situações de baixa carga de frenagem.

“Como dano mais severo, a ausência da troca do fluido no período correto pode causar a perda total do funcionamento dos freios hidráulicos”, explica Freitas. Afinal, quando ele se degrada, compromete a ação de frenagem e gera o risco de graves acidentes. É recomendado que a inspeção seja feita durante as manutenções periódicas e a substituição aconteça no máximo a cada 12 meses, independentemente da quilometragem percorrida. Alguns fabricantes recomendam um intervalo inferior a este, portanto fique atento ao manual.

Por ser uma manutenção de item de segurança e demandar conhecimento do sistema e componentes, o processo de substituição do fluido de freio deve ser feito por um profissional. O fluido antigo deve ser escoado pela extremidade da linha (em cada roda) à medida que é adicionado fluido novo através do reservatório. Os veículos modernos possuem mecanismos de controle que requerem equipamentos e procedimentos específicos para substituição efetiva de todo o fluido.

Norma DOT

O fluido de freio baseado em poliglicol regido pelo padrão da norma DOT (Department of Transportation) foi difundido amplamente por todo o mercado automotivo. O nome do produto é o próprio nível de desempenho da norma DOT correspondente. A temperatura de ebulição e a viscosidade são os principais parâmetros entre as classes de especificação.

Veículos modernos equipados com sistemas ABS (Anti-lock Braking System), ESP (Electronic Stability Program) ou ASR (Acceleration Slip Regulation), normalmente, exigem a norma DOT 4 LV por necessitarem de viscosidade mais baixa. Carros e motos de alta performance necessitam de fluido de freio DOT 5.1, também por conta da viscosidade baixa e do ponto de ebulição mais elevado.

“A viscosidade mais baixa é um requisito dos veículos modernos para manter o correto funcionamento dos equipamentos supracitados, mesmo em baixas temperaturas”, afirma Freitas.

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