AUTOMÓVEIS

Buracos no asfalto são inimigos dos motoristas

Danos causados por buracos podem afetar severamente os componentes mecânicos, além de causar acidentes - Foto: Divulgação
Danos causados por buracos podem afetar severamente os componentes mecânicos, além de causar acidentes - Foto: Divulgação

Problema crônico em quase todas as cidades e rodovias do Brasil, os buracos estão entre as principais causas de avarias e acidentes de trânsito. Mais do que um simples incômodo ao dirigir, eles podem causar danos reais aos veículos, gerar prejuízos financeiros e, ainda, comprometer a segurança dos motoristas. Por isso, é importante adotar uma condução segura e responsável ao se transitar em vias esburacadas. Juliano Caretta, supervisor de treinamento técnico da DRiV, referência global em soluções para o mercado de reposição, alerta para as causas e consequências desse problema e indica as principais atitudes para a enfrentá-lo.

Asfalto

A presença de buracos na malha asfáltica é uma realidade rotineira para boa parte dos motoristas do Brasil. Uma pesquisa de 2023 da Confederação Nacional do Transporte (CNT) identificou que cerca de 66% das rodovias brasileiras apresentam problemas de pavimentação. Dados de seguradoras, entre 2022 e 2024, apontam que os reparos provocados por colisões com buracos respondem por cerca de 40% do volume de serviços prestados nas oficinas do país.

Os buracos e as crateras no asfalto surgem principalmente devido a combinação entre fatores climáticos e à falta de manutenção.  Em situações extremas, como fortes chuvas sobre um asfalto desgastado, o surgimento de falhas na via é acelerado. “Na batalha entre carros e buracos, infelizmente estes últimos levam vantagem”, comenta Juliano Caretta. Desde pneus e rodas danificadas, problemas de alinhamento, até a quebra de componentes da suspensão e de direção, incidentes do tipo podem afetar demais itens, como o sistema de escape, coxins do motor e do câmbio, além de pôr em risco a segurança ao dirigir.

Como prevenção, Juliano reforça alguns hábitos que contribuem para a redução de danos: “manter a agenda de revisões periódicas é fundamental. Peças desgastadas ou avariadas perdem sua funcionalidade e não oferecem mais a proteção esperada em condições adversas. Amortecedores, componentes de suspensão e direção devem estar em dia, assim como faróis e limpadores de para-brisa, para permitir a melhor visibilidade em quaisquer condições de viagem. Evitar rodar com excesso de peso no carro, assim como manter os pneus devidamente calibrados contribui com o funcionamento do sistema de amortecimento e reduz chances de avarias”.

Situações de risco

Além disso, é importante redobrar a atenção ao trafegar, principalmente em situações de risco, como durante e após uma chuva intensa. Nesses casos, a visualização de um buraco fica mais difícil e se torna uma ameaça oculta. Caretta recomenda reduzir a velocidade, permitindo que, dessa forma, haja tempo hábil para se evitar um possível impacto. Não havendo essa possibilidade, o ideal é tirar o pé do acelerador, segurando firmemente a direção e passar sobre o obstáculo em linha reta. Ao contrário do que muitos pensam, frear nesse momento pode agravar o impacto. Isso porque o peso do veículo se desloca para a dianteira, reduzindo a capacidade da suspensão de absorver o choque.

O executivo também traz dicas para identificar possíveis danos provocados após um incidente com um buraco:

• Perda de estabilidade, excesso de balanço, ruídos, estalos e desvio forçado da direção: podem indicar danos aos pneus, rodas e sistemas de suspensão e direção.

• Volante desalinhado: possível falha no sistema de direção.

• Trepidação do volante: pode ser sinal de bolhas nos pneus ou rodas empenadas.

• Ruído excessivo do motor: rachaduras e quebras no sistema de escape.

• Vazamento de fluidos: furos ou quebras de mangueiras e conexões. Embora não seja possível eliminar todos os riscos, manter a manutenção do veículo em dia e adotar uma direção defensiva são as melhores formas de minimizar danos ao encontrar um buraco na estrada.