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Secretário estadual da Agricultura faz balanço de 2024 e projeções para 2025

Colheita de milho na região de CAmpo Mourão, norte do Paraná - colheitadeira colhendo milho -
Colheita de milho na região de CAmpo Mourão, norte do Paraná - colheitadeira colhendo milho -

Cascavel – No dia 8 de maio deste ano, a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento mudou de comando. Saiu Norberto Ortigara, que ocupou a pasta por quase 14 anos e entrou o engenheiro agrônomo Natalino Avance de Souza.

Durante a entrega do Prêmio FEAPR de Agronomia 2024, realizado em Curitiba, o atual secretário fez um balanço dos sete meses de gestão e a expectativa para 2025. Antes, ele aproveitou para enaltecer a entrega da premiação aos profissionais da agronomia. “A presença forte da FEAPR (Federação de Agronomia do Paraná) é de sua relevância, mostrando para que veio e valorizando os engenheiros agrônomos”, disse. “É o momento de reconhecer esse reposicionamento e espero que esse prêmio perdure por muitos anos”.

O ambiente criado, na visão do secretário estadual, é necessário para fomentar o debate de temas importantes para a agricultura paranaense. “Temos  uma boa agricultura, mas que merece alguns retoques. É preciso olhar para frente e observar para qual direção estamos indo”.

Conforme Avance de Souza, 2024 foi um ano difícil. Começou com a seca e terminou com muita chuva. As intempéries criaram problemas e prejuízos, porém, 2024 termina com perspectivas positivas na safra que se inicia. “Neste ano de 2024, vamos ter uma renda rural menor em comparação com 2023. Entretanto, a previsão para 2025 é de uma renda maior que a de 2024. Apesar das dificuldades, estamos otimistas”.

Com relação a sua gestão a frente da secretaria, o Avance destacou que pode presenciar um pouco mais de perto o “ambiente mais político” do que vivia até então, que era mais técnico. “Nesse ambiente político, trabalhamos outros assuntos da agricultura, que normalmente não exercitamos. Um grande exemplo disso são as estradas rurais, componentes importantes para a população do meio rural e para a Seab”. Segundo ele, o momento é de reflexão de como a Seab pode se reposicionar para que projetos sejam mais ágeis e mais cuidados com ambiente do entorno das estradas.

Boletim do Deral

Apesar do tempo seco preocupar os produtores em determinado momento, a volta das chuvas manteve boas perspectivas para a safra de verão que começa a ser colhida. Espera-se uma recuperação nas produtividades obtidas no ciclo anterior, que podem gerar 25,3 milhões de toneladas ou 19% a mais que as 21,3 milhões obtidas em 23/24.

Os dados fazem parte da última divulgação de dezembro do PSS (Previsão Subjetiva de Safra), pelo Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. A divulgação também conta com a primeira projeção de área para a segunda safra, que pode produzir 16,4 milhões de toneladas, um aumento de 23% sobre os 13,4 milhões produzidos em 23/24.

China anuncia investigação sobre as importações de carne bovina

O governo brasileiro toma nota da comunicação, pelo Ministério do Comércio da China, do início de investigação para fins de aplicação de medidas de salvaguarda sobre as importações de carne bovina por aquele país. A investigação, aberta sexta-feira (27), abrange todos os países exportadores de carne bovina para a China e deverá analisar o período que compreende o ano de 2019 até o primeiro semestre de 2024. A investigação deverá ter a duração de oito meses. Não há, em princípio, a adoção de qualquer medida preliminar, permanecendo vigente a tarifa de 12% “ad valorem” que a China aplica sobre as importações de carne bovina, que prosseguem normalmente.

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, consolidando-se nos últimos anos como o maior parceiro comercial do Brasil em proteínas animais. Em 2024, as exportações brasileiras de carne bovina para o país somaram mais de 1 milhão de toneladas, representando aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2023.

“Durante os próximos meses, e seguindo o curso e os prazos legais da investigação, o governo brasileiro, em conjunto com o setor exportador, buscará demonstrar que a carne bovina brasileira exportada à China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa, sendo, pelo contrário, importante fator de complementariedade da produção local chinesa”, afirmou nota do Ministério da Agricultura.

Abrafigro

Também nota, a Abrafigro (Associação Brasileira de Frigoríficos), reconheceu a importância da China como parceiro comercial do Brasil. A Abrafigro se colocou “à disposição de autoridades do Brasil e da China, bem como dos parceiros comerciais da indústria da carne bovina brasileira, para colaborar com o procedimento de investigação, com confiança em uma solução equilibrada e que atenda aos interesses de ambos os mercados”.