Agronegócio

Auditoria do Mapa pode encurtar em dois anos o fim da vacinação

Fiscais do Ministério da Agricultura já estão no Estado e auditarão posto de fiscalização no oeste

Guaíra – Fiscais do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) desembarcaram ontem no Paraná para a segunda auditoria deste ano que antecede o processo de decreto de área livre de aftosa sem vacinação.

Nesta terça-feira os fiscais começam a percorrer o interior do Estado onde farão vistorias nos postos de fiscalização em cidades que ficam na divisa com outros estados.

Na região oeste, onde os auditores devem desembarcar no fim desta semana ou no início da próxima, o pente-fino está agendado para a cidade de Guaíra. Por lá, além do transporte e de análise de todo o processo de sanidade animal, nove profissionais que atuam no posto serão fiscalizados quanto às suas atuações.

O posto está ligado à Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) no Núcleo Regional de Toledo.

Em Foz do Iguaçu, por exemplo, os fiscais não deverão passar porque se trata de fronteira e a atribuição legal de fiscalização nesses casos já é de responsabilidade do Mapa.

Segundo o fiscal da Adapar em Toledo, Antonio Carlos Dezaneti, a expectativa é para que os profissionais do Mapa fiquem na região num curto espaço de tempo, mas esse é um processo muito importante, inclusive como divisor de águas para dizer se o oeste – e o restante do Paraná – tem controle altamente eficaz de sanidade animal.

Entre outros aspectos, significa dizer que vai depender do resultado dessa auditoria para definir se o Paraná poderá ou não compor o chamado Bloco 1 – onde estão Acre e Rondônia – e adiantar a declaração de área livre da doença sem vacinação. Atualmente o Estado está no Bloco 5, o último que será avaliado. Ou seja, se conseguir migrar de bloco, isso implicaria em adiantar em pelo menos dois anos a certificação.

Se for trazido para o Bloco 1, o Paraná já pode ter a certificação interna em 2019, com a última imunização dos animais em maio do ano que vem, e receber a certificação completa internacional – passando pelo crivo da OIE (Organização Mundial de Sanidade Animal) – em 2021. Permanecendo no Bloco 5 isso só ocorreria em 2023 nos organismos internacionais.

Segundo o veterinário Antonio Carlos Dezaneti, as expectativas são bastante positivas, tendo em vista que a avaliação do próprio Mapa foi de que o Paraná teve o melhor desempenho, entre todas as agências de defesa agropecuária avaliadas em todo o País na auditoria de janeiro passado. “Foram avaliados todos os serviços oficiais, em todas as áreas, agora a auditoria é específica sobre o Plano Nacional de Erradicação de Febre Aftosa, principalmente sobre o trânsito agropecuário, e nós temos em todo o Estado um ótimo serviço de controle de trânsito, além dos profissionais que atuam no posto que passarão pela fiscalização”, destaca Dezaneti.

Hoje o Paraná é área livre de aftosa com vacinação.

Esforço concentrado

O diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroet, reforça que o Estado tem estrutura e capacidade técnica para ser levado ao Bloco 1 e caminhar para as últimas imunizações contra a aftosa (novembro/2018 e maio/2019). Neste mês de agosto, o Estado do Paraná formalizou ao Mapa que tem capacidade e compromisso de cumprir esse cronograma antecipado. “Agora seguiremos até 6 de setembro com essa auditoria do Mapa. Se tudo correr dentro desse cronograma, vamos tomar todas as providências para em 2021 termos certificação internacional de área livre da doença e sem vacinação. Assim, durante um ano ficaremos sob a lupa do Mapa e um ano da OIE, só depois receberemos o certificado. Temos um excelente serviço de defesa agropecuária e isso nos permitirá acesso a mais e novos mercados para os nossos produtos, por isso estamos na expectativa”, ressalta.