Setembro chegou, e com ele a floração das árvores frutíferas nos fazem lembrar que em pouco tempo a alimentação natural volta a ser pauta em nossa mesa. Laranja picada, banana e maça a gente até consome no inverno. E seu mascote ali, sentado ao lado da cadeira, fica olhando para cima com cara de cachorro pidão…
E aí vem a dúvida: podemos ou não compartilhar nossas frutinhas com os animais de estimação?
Nessa onda de que alimentos humanos não são muito saudáveis para os pets – uva é considerada tóxica para o organismo canino – a zootecnista e doutoranda em Nutrição Animal, com ênfase em Cães e Gatos, Geruza Silveira Machado, destacou algumas frutinhas que podem fazer parte da dieta de seu pet em qualquer estação do ano. Segue abaixo algumas dicas do que pode ser oferecido ao seu pet.
Frutas cítricas como laranja, tangerina e mexerica
Fontes de vitamina C, aquele que possuí efeito antioxidante, a ingestão dessas frutas ajuda a neutralizar os radicais livres. Por ser um agente redutor, a vitamina C facilita a absorção do Ferro que é essencial para homeostasia corporal e também ajuda a fortalecer o sistema imunológico porque aumenta a produção de glóbulos brancos, o que é interessante para prevenir doenças.
Banana
A fruta rica em potássio também é ótima fonte de energia, principalmente para animais ativos. Ela tem muitas fibras e apresenta uma quantidade significativa de fruto oligossacarídeos, conhecidos como FOS, fibras prebióticas que auxiliam a função intestinal e o sistema imunológico.
Maçã
Além de fibras, a maçã é fonte de pectina (a pectina é uma fibra solúvel, fibra fermentável que melhora a saúde intestinal pois serve como alimento para bactérias benéficas) e também de polifenóis especialmente na casca. Os polifenóis, depois de absorvidos, são metabolizados e atuam sobre os radicais livres, limitando os efeitos nocivos do estresse oxidativo. A ingestão dos polifenóis da casca da maçã pode suprimir a ativação das células T e evitar o desenvolvimento de infecções intestinais, patologia que pode aparecer quando os animais estão parasitados ou após ingerirem algo estragado, ou, mais raro, após a troca brusca de alimentação. Atenção que alergia alimentar também pode causar colites.
Coco
Contém albumina, aquela que se encontra nos ovos e é bom para a formação dos glóbulos vermelhos. A polpa de coco também é rica em fibras que favorece a saúde intestinal. Para quem usa o óleo de coco, pode misturá-lo no alimento, forma mais certa de que os animais irão consumir seus componentes – ácido láurico, ácido cáprico e caprílico – que têm efeitos antibacterianos, antivirais e antifúngicos. Seu leve efeito antisséptico permite também o uso tópico podendo até mesmo ser aplicado em feridas.
O coco também é fonte de triglicerídeos de cadeia média (TCM) que não se acumulam sob forma de gordura, mas, pelo contrário, são metabolizados de forma fácil e eficiente pelo organismo, gerando energia prontamente, uma fonte alternativa de energia para melhorar a função cerebral dos cães. Sua digestão independe da ação da bile e das enzimas pancreáticas, diminuindo a carga sobre fígado e pâncreas, por isso uma das gorduras mais indicadas para pets com histórico de doenças hepáticas, pancreatite, gastrite, duodenite e colite.
Em gatos, a oferta regular de óleo de coco na dieta ajuda a prevenir e até a eliminar bolas de pelos. Para um animal saudável é possível oferecer uma colher de chá por dia (normal não muito cheia e não muito rasa) podendo fracionar essa quantidade nas alimentações.
Cabe salientar que frutas e verduras devem ser ofertadas com moderação para evitar diarreia devido a superalimentação e ou aumento de peso por ingestão de excesso de alimentos, o que pode provocar até mesmo obesidade. A oferta é em forma de petiscos e as porções devem ser proporcionais ao peso do cão.
Fonte: [email protected]