Cotidiano

Crise para setor imobiliário

Setor imobiliário de Cascavel nunca acumulou tantas salas comerciais vazias como agora

A crise que parece não dar trégua já fechou muitas empresas e, quem resiste, mandou funcionários embora e reduziu custos, muitas vezes trocando a sede por uma sala da própria casa. Reflexo direto no setor imobiliário que, em Cascavel, nunca viu tantos imóveis vazios.

Uma locadora tradicional diz que há mais de duas semanas não recebe uma ligação sequer ou visita à procura de imóveis comerciais. E não é por falta de salas vazias.

Segundo o presidente do Secovi (Sindicado da Habitação e Condomínios) de Cascavel, Luiz Antônio Langer, a locação hoje representa de 10% a 20% do que estava locado dois anos atrás. “Muitas empresas estão fechando as portas e encerrando os contratos. Há muitos também que buscam um aluguel mais barato e até mesmo os que vão para os fundos da própria casa”.

O Secovi fez uma pesquisa com 22 imobiliárias de Cascavel em julho, e foram registrados 665 imóveis comerciais ofertados no Município. Segundo o Cadastro Imobiliário/Planejamento e Gestão da Prefeitura de Cascavel, há cerca de 12,6 mil imóveis desse segmento, que incluem a locação.

 

Quase R$ 1 milhão parado

A gestora de locação Ana Claudia Botelho, de uma imobiliária tradicional de Cascavel, tem exatos 143 imóveis comerciais disponíveis na cidade, o que representa R$ 935,7 mil de aluguel que deixam de entrar para a empresa.

Segundo Ana, de 2016 para cá houve uma queda significativa nas locações. “Comparando 2018 com 2017, tivemos um leve aumento, mas nada que supere o que era antes de 2016. Hoje há muitas empresas que rompem o contrato antes mesmo do fim do prazo. O momento econômico que estamos passando é o principal motivo das desvinculações e da diminuição de procura”.

 

Criatividade

A empresária Patrícia Marina Saches atua no ramo de calçados em uma loja móvel. Segundo ela, não chega nem perto o valor que foi investido na adaptação de uma Kombi ao que gastariam com aluguel e mobiliário de um espaço fixo. “Hoje usamos esse dinheiro para trazer mais produtos e com uma qualidade superior. É muito caro locar um imóvel, e nós, com a loja móvel, temos a questão da comodidade com o cliente. Para que um local fixo se podemos ir até a casa do nosso consumidor?”