O Paraná fechou a balança comercial do leite em 2018 no vermelho. O Estado comprou 11,4 mil toneladas do produto de outros países, enquanto exportou apenas 1,6 mil toneladas, diferença de 9,8 mil toneladas, de acordo com dados do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria de Agricultura e Pecuária do Paraná). O mercado paranaense seguiu a mesma tendência brasileira, que importou 152,6 mil toneladas e exportou 23,1 mil toneladas, resultando em uma diferença de 129,5 mil toneladas.
No caso do Paraná, na comparação de 2018 e 2017, o volume importado de leite caiu de 13,6 mil toneladas para 11,4 mil toneladas (-16,4%). Mas em termos financeiros, os valores gastos na operação seguiram praticamente os mesmos, variando de US$ 27,68 milhões em 2017 para US$ 27,35 milhões em 2018 (-1,2%). “Com o recorte de um ano, a impressão muitas vezes é de que houve uma variação significativa nas cotações, mas nesse caso reflete uma circunstância normal de ajuste de mercado que passamos no período”, reflete Alexandre Lobo Blanco, médico-veterinário do Sistema Faep/Senar-PR.
Sobre o fato de haver desequilíbrio na balança comercial, o médico-veterinário Fábio Mezzadri, do Deral, aponta que as altas importações impactam o mercado interno, desregulam a oferta e interferem negativamente na lucratividade dos produtores. “Os lácteos entram, principalmente da Argentina e do Uruguai, muitas vezes a preços mais atraentes que os próprios produtos internos. Uma das soluções para esse problema seria alavancar as exportações”, ressalta.
A respeito das exportações de leite efetuadas pelo Paraná, houve um pequeno aumento em volume, de 1,4 mil toneladas em 2017 para 1,6 mil toneladas em 2018. Em compensação, o valor movimentado registrou variação negativa, saindo de US$ 5,5 milhões no ano retrasado para US$ 5,4 milhões no ano passado.