Sempre vemos novas pesquisas relacionadas à alimentação e à saúde. Na última semana, o ovo mais uma vez foi considerado vilão para o coração, segundo estudo publicado na Journal of the American Medical Association. Porém, em outro momento já “comprovaram” que o alimento poderia até ajudar na questão cardiovascular.
O mesmo já aconteceu com o vinho, o café, a manteiga e o chocolate, que hora são chamados de vilões e outra de mocinhos.
O cardiologista Diego Garcia explica que a comunidade científica sempre está se aprofundando no tema, mas que nem toda pesquisa deve ser tratada como uma resposta definitiva.
Da mesma forma que devemos duvidar de pesquisas que colocam certo alimento como o grande vilão para o coração, também temos que ficar com o pé atrás daqueles que dizem ser milagrosos. “Essa polaridade nas pesquisas acontecem porque há muitos fatores que alteram um estudo. Há algumas que contam com um pequeno tamanho amostral e metodologias duvidosas”.
No caso do ovo, acredita-se que o consumo da gordura presente possa aumentar o colesterol ruim no corpo e por consequência elevaria o risco de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico.
E agora?
Diante de tanta divergência, é comum que as pessoas se sintam cada vez mais confusas na hora de fazerem escolhas saudáveis. No quesito cardiovascular, a regra é ter moderação, escolher alimentos com baixo teor de gordura, carboidrato e sódio. O excesso desses alimentos pode resultar em hipertensão arterial, obesidade, diabetes e aumentar o nível do colesterol, fatores de risco que estão associados à probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares.
Diego ainda explica que o ideal é que um cardápio balanceado seja desenvolvido por especialistas para cada indivíduo. “Fatores como idade, estilo de vida, preferências pessoais e problemas de saúde devem ser levados em conta na hora de fazer um planejamento alimentar. Cada pessoa possui uma necessidade específica, portanto a avaliação por um profissional da área é fundamental para elaboração de uma dieta personalizada”.
Também é válido lembrar que, apesar de a alimentação ter um grande peso para quem busca uma vida mais saudável, ela deve ser associada a outros hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos regulares e não fumar. “Não faz sentido parar de comer ovo e continuar com outras atitudes prejudiciais para a saúde. O cigarro e uma vida sedentária, por exemplo, podem aumentar significativamente a chance de desenvolver um problema cardíaco”, reforça Diego, que é médico cardiologista com área de atuação em cardiologia-geral, ecocardiografia, cardio-oncologia, medicina preventiva e medicina do estilo de vida.