A expectativa inicial era chegar a uma produção de 608 mil toneladas, mas as interferências climáticas indicavam uma queda de produção do trigo na região oeste do Paraná. Na reta final da colheita, que deve se encerrar ainda nesta semana, veio a surpresa. Boa surpresa!
Segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural), no início desta semana, quando ainda faltava cerca de 3% de um total de 195,6 mil hectares na região a ser colhido, a produção do oeste já se aproximava das 650 mil toneladas, volume 7% maior se comparado aos números iniciais aguardados, garantindo uma produtividade média de mais de 3,4 mil quilos por hectare. A produção já se desenha como a melhor dos últimos dez anos.
Segundo o agrônomo do Deral Hugo Godinho, de forma até surpreendente, o Núcleo Regional de Cascavel, com cobertura em 28 municípios, é, de longe, o melhor em produção e em qualidade do cereal em todo o Estado. “As condições climáticas interferiram na qualidade, mesmo assim, na região de Cascavel é onde está a melhor produção do Estado e a melhor qualidade também. Nesta regional a colheita deve se encerrar nesta semana, já na de Toledo [com 20 municípios] está concluída”, reforçou.
Com essas condições se confirmando, o oeste passa a responder, pelas estimativas iniciais de produção, por 13% da produção brasileira, que deverá chegar a 5 milhões de toneladas.
Apesar da boa produção regional, o oeste ainda tem um potencial vasto a ser explorado neste segmento. O trigo tem deixado de ser o cereal preferido dos produtores na safrinha há anos. O motivo está na falta de incentivo à produção com descumprimento de preço mínimo, e importação excessiva de países como Argentina e Canadá, por exemplo.
Para se ter ideia, o Brasil consome cerca de 11 milhões de toneladas do produto por ano. Isso significa que somente neste ano deverão ser importadas 6 milhões de toneladas, isso se o mercado brasileiro de fato acomodar o produto nacional.