Cascavel – Construída há mais de 30 anos, a 15ª SDP (Subdivisão Policial) ganha, a cada dia, um novo problema. A superlotação já não é mais novidade. A falta de efetivo suficiente de agentes carcerários também não. Mas o problema maior diz respeito à infraestrutura do local, que é pra lá de precária.
Há mais de uma década a população sonha com a construção da nova sede, e uma reforma geral, que atenda todas as necessidades, não é feita há um bom tempo.
Para tentar driblar os problemas, a solução encontrada pela comunidade são as doações, que acabam cumprindo o papel de responsabilidade do Estado.
Um exemplo disso foi a doação de cerca de 50 telhas na terça-feira (21) por um grupo de advogados criminalistas. O telhado está com inúmeros problemas e as constantes reclamações dos presos em relação à umidade se agravaram com a chuvarada das últimas semanas.
De acordo com o advogado Luciano Katarinhuk, a situação do local beira o deplorável.
A cadeia está em completo abandono, um descaso por parte do Governo do Estado, que afeta diretamente o trabalho dos advogados, dos servidores, dos presos e das familiares que frequentam o local.
Segundo ele, a situação tem se agravado ano após ano e atualmente está insustentável. A cada campanha eleitoral, conforme Katarinhuk, as promessas se renovam.
Não adianta os políticos falarem que apoiam a segurança se não cuidam do básico. A situação da cadeia é totalmente desumana. Como fazer com que o preso seja inserido na sociedade? A cadeia acaba se tornando uma fábrica de ódio, pontua.
Parlatório e câmeras
Além das telhas doadas, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Cascavel está construindo com recursos próprios um novo parlatório. O material de construção foi doado pela Ordem e a mão de obra é dos próprios presos.
Câmeras de segurança para monitorar as partes interna e externa da delegacia foram doadas há cerca de dois meses pelo Conseg (Conselho Municipal de Segurança), que também repassou recursos de pouco mais de R$ 5 mil para reformas emergenciais e colocação de trilhos de trem, doados pela Ferroeste, que serão instalados na parte superior do solário.
(Com informações de Tissiane Merlak)
