Depois de alguns dias de tensão, o esperado final feliz foi anunciado ontem pelo Flamengo. O meia Diego, de 31 anos, desembarca nesta quarta-feira no Santos Dumont, antes de ser apresentado às 17h, na Gávea, com a missão de ser o camisa 10 ? no estilo de jogo ? que a atual gestão do clube procurou, mas não encontrou em Éderson, Mancuello, Alan Patrick (apesar do bom momento), Mugni, Carlos Eduardo e Elano. Diego, que assinará por três anos, vem também para ser o líder que Guerrero jamais foi. Enquanto Juan esteve fora do time, a braçadeira de Capitão chegou a ficar com o recém-chegado Willian Arão.
Após troca de carinhos nas redes sociais com o Flamengo e a torcida do Fenerbahçe, clube turco com o qual rescindiu em comum acordo um contrato que iria até o ano que vem, o meia publicou uma carta sobre sua chegada. A negociação aconteceu no dia de fechamento da janela de transferência internacional para o Brasil. Com 31 anos, sucesso no Santos, passagem na seleção brasileira e 12 anos na Europa, ele revelou o tamanho do novo desafio.
?Assim como todo jogador se preocupa com os números, ele também sonha jogar vestindo este manto sagrado, ter seu nome cantado pela nação rubro-negra, ser feliz e fazer feliz. E foi por isso que eu vim. Por minha causa, sim, mas também por vocês?, publicou ele.
Mais do que resultado em campo, a contratação de Diego, que receberá salários compatíveis com os de Guerrero, é acompanhada de outra expectativa: impacto no programa de sócio-torcedor, que tem 52.973 associados e é apenas o nono maior do país, atrás dos grandes clubes de São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte.
Queda no sócio-torcedor
No ano passado, o clube fechou o ano com 64.624 associados e teve um faturamento de R$ 30 milhões. Para 2016, o Flamengo acreditava ser capaz de alcançar os 80 mil associados até dezembro e ampliar em mais de R$ 10 milhões a receita anual, mas o que aconteceu foi uma queda.
Um afago nos sócios-torcedores foi feito na tarde desta terça-feira, quando foram eles que souberam em primeira mão a confirmação oficial do clube, antes da publicação no site e nas redes sociais. Hoje, onze associados recepcionarão o jogador no aeroporto e estarão presentes a sua primeira entrevista coletiva. Será feita uma transmissão exclusiva do dia, que promete ser agitado.
? Foi a primeira vez que fizemos esse tipo de comunicação para o sócio-torcedor. Precisamos sempre mostrar que o programa é fundamental para que os reforços possam vir ao Flamengo. Desde 2013, eles estão apoiando e contribuindo, nos bons e maus momentos, e isso faz o clube mais forte para contratar jogadores como o Diego ? explicou Bruno Spindel, diretor de marketing do clube. ? Essa é uma das séries de experiências que podemos proporcionar para que o torcedor entenda que vale a pena fazer parte do programa.
Vínculo emocional
Nesta terça-feira, com grande adesão, o site do programa chegou a ficar fora do ar. A última vez em que o sócio-torcedor deu um salto de associados foi em junho do ano passado, quando Guerrero foi contratado. Em um mês, subiram de 58 mil para 70 mil. Diretor de marketing esportivo da Ambev, empresa responsável pelo Movimento pelo Futebol Melhor, Sandro Leite falou sobre o possível impacto.
? Existe um vínculo mais emocional no primeiro momento. São títulos, contratações de pesos e inauguração de arenas, como é o caso do Palmeiras ? explicou Leite, que não credita a queda de associados ao fato de o clube não contar com o Maracanã. ? O que aconteceu foi um atraso do clube para entender a oportunidade um momento de crise, de ter que jogar em outras cidades. O Flamengo tem 40 milhões de torcedores e grande capilaridade no país.