RIO – Presos desde o último dia 6, Luiz Soares, Edno Negrini e Luiz Manuel Messias foram exonerados do alto escalão da Eletronuclear. Eles são investigados por receber propina da Andrade Gutierrez durante as obras da usina nuclear de Angra 3. A decisão de exonerá-los dos cargos foi tomada durante a reunião do Conselho de Administração, em 8 de julho.
Soares era diretor-técnico, Negrini ocupava a direção de Administração e Finanças e Messias era superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos. Além dos três, foram presos na Operação Pripyat, deflagrada pela Polícia Federal e pela força-tarefa da Lava-Jato no Rio, Pérsio Jordani, que ocupava a diretoria de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente, e José Eduardo Costa Mattos, ex-superintendente de Construção. Jordani não era mais funcionário da Eletronuclear desde 2014 e Costa Mattos havia pedido demissão. Outro preso foi o ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva.
Durante a reunião do Conselho de Administração, também foi exonerada a procuradora jurídica Denise Sollami. Ela foi levada a depor durante a operação e foi alvo de busca e apreensão, mas não foi presa e nem é investigada por receber propina. Antes da exoneração, ela estava afastada de suas funções por atuar em benefício da defesa de Othon Silva na ação na qual ele é réu.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Andrade Gutierrez recebeu R$ 1,2 bilhão pela obra e repassou aproximadamente 4% desse valor ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva, também preso, a diretores da empresa e a agentes políticos que estão sendo investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por terem foro privilegiado.
O atual presidente da Eletronuclear, Pedro Figueredo, continua afastado do cargo por decisão judicial por haver evidências de que cometeu favorecimento pessoal em favor de Othon Silva e interferiu no andamento das investigações internas feitas por uma comissão independente instituída pela Eletrobras, da qual a Eletronuclear é subsidiária.