SÃO PAULO. A força-tarefa da Lava-Jato investiga se João Claudio Genu, ex-tesoureiro do PP e ex-assessor do deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010, enviou dinheiro de propina para contas no exterior. Genu é réu na Lava-Jato e responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo denúncia do Ministério Público Federal, entre 2007 e 2012 Genu aceitou propina de R$ 357.945.680.52, valor que correspondia a 1% dos contratos celebrado entre a Diretoria de Abastecimento da Petrobras e as empreiteiras Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Mendes Júnior e OAS.
Para o MPF, Genu utilizou um operador para enviar dinheiro para o exterior e há indídios que tenha forjado um contrato falso para fazer as remessas. A informação faz parte de um relatório encaminhado nesta segunda-feira ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná.
A investigação inclui Humberto Carrilho, que administrava as empresas Distribuidora Equador, Equador Log e Dislub Equador/Venbras Marítima. O delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, confirmou ter firmado contratos falsos em 2013 para receber propina da Equador, que era fornecedora da Petrobras. Segundo o MPF, Costa afirmou que recebeu propina da empresa até fevereiro de 2014, num total de R$ 1,398 milhão, por meio de sua empresa, a Costa Global. O MPF afirma que as empresas administradas por Carrilho não conseguiram comprovar serviços prestados por Costa.
O MPF havia pedido prisão temporária de Carrilho, que foi substituída pelo juiz Sérgio Moro por medidas cautelares. A defesa de Carrilho pediu a revogação das cautelares, uma vez que o empresário ainda não foi indiciado ou denunciado na Lava-Jato. Chamado a se manifestar sobre o pedido, o MPF solicitou que sejam mantidas as cautelares e informou que as investigações estão avançadas.