RIO ? Em 1996, quando o site do GLOBO estreou, cobrir a cultura pop internacional não era uma tarefa fácil para jornalistas brasileiros. Discos eram lançados com meses de atraso no país e saber das últimas notícias de astros da música e do cinema só era possível através de publicações estrangeiras, que também demoravam a chegar por aqui.
Vinte anos depois, graças às redes sociais e aos serviços de streaming, é possível conhecer as novidades no minuto em que elas acontecem. Com as novas mídias, o volume de informação cresceu. E, cada vez mais, coube ao jornalista filtrar aquilo que é relevante para o público.
? O papel do jornalista é organizar a bagunça de informações que nos bombardeiam sem parar hoje ? avalia Ricardo Calazans, ex-editor do site de Cultura do GLOBO. ? Para isso, ele tem que aprender a conviver com as novas possibilidades tecnológicas e criativas de apuração, publicação e distribuição de informação.
Essa mudança também trouxe radicais transformações no papel de um repórter. Para Calazans, um jornalista da área de cultura deve ir além de apenas conviver com as novas possibilidades tecnológicas. Deve saber usar muito bem os novos meios.
? Como o público está enfurnado até os cabelos nas redes sociais, conhecê-las para saber como usá-las, e que tipo de comunicação cada uma pede, também passa a ser uma tarefa do jornalista dentro de seu novo ecossistema de trabalho ? avalia. ? O que deve medir a relevância de um jornalista é a rede que ele constrói em torno das informações que publica. Tanto faz se é uma reportagem no impresso, um tweet ou uma playlist no Spotify.