PARIS – A líder de extrema-direita Marine Le Pen foi intimida por juízes de instrução a comparecer ao tribunal pelo caso no qual é acusada de ter feito pagamentos a funcionários do partido que preside, a Frente Nacional, com recursos da União Europeia. Segundo fontes ligadas ao caso, Le Pen reiterou aos magistrados que não comparecerá antes do primeiro turno da eleição presidencial, em abril, no qual é favorita. Le Pen
As acusações dão conta do período de sua Legislatura de 2011-2012 no Parlamento Europeu, chegando a centenas de milhares de euros. Ela nega as acusações e diz ser vítima de ?truques sujos da política?.
Na semana passada, Le Pen se recusou a ser interrogada sobre o caso de suposto desvio de verba. A decisão da candidata foi divulgada pelo seu advogado. Ela disse que compareceria a qualquer convocação, mas apenas depois das eleições deste ano.
? Não responderei durante a campanha eleitoral ? disse Le Pen, favorita no primeiro turno das eleições, no dia 23 de abril. ? Este período não permite nem a neutralidade nem a serenidade necessárias para o correto funcionamento da Justiça.
As pesquisas apontam vitória da candidata no primeiro turno das eleições, mas derrota no segundo para o centrista Emmanuel macron, ex-ministro da Economia.
Nesta sexta-feira, uma sondagem da Odoxa mostra que Macron a superaria por 27% a 25,5% no primeiro turno e teria maior vantagem no segundo.
Quem é Marine Le Pen, a candidata que lidera a corrida presidencial na França?
PERDA DE IMUNIDADE POR OUTRO CASO
O Parlamento Europeu suspendeu nesta quinta-feira a imunidade parlamentar da candidata presidencial. A líder da Frente Nacional está sendo investigada por publicar no Twitter fotografias da violência do grupo extremista Estado Islâmico (EI). A história poderia prejudicar a sua campanha.
A votação no plenário do Parlamento confirma uma decisão preliminar tomada na terça-feira pelo Comitê de Assuntos Legais do Legislativo da União Europeia. A imunidade de Le Pen a protegia de uma possível acusação. Ao retirá-la, o Parlamento autoriza uma ação legal contra a eurodeputada.
Le Pen está sob investigação em seu país pela publicação no Twitter de três imagens fortes de execuções cometidas pelo EI em 2015. Uma das fotos mostra a decapitação do jornalista americano James Foley. O crime de publicação de imagens violentas, em determinadas circunstâncias, pode levar a penas de três anos de prisão e multa de 75 mil euros. A líder da extrema-direita pediu a suspensão das investigações até que as eleições sejam realizadas, sob o argumento de que a ação judicial é uma interferência em sua campanha.