Cotidiano

BCE mantém taxas de juros inalteradas

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FRANKFURT – O Banco Central Europeu anunciou nesta quinta-feira que não vai alterar seus principais tipos de taxas de juros, que seguem no menor nível histórico desde março de 2016. A autarquia afirmou que mantém seu plano de compra de dívida, segundo um porta-voz.

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A decisão já era prevista por analistas de mercado. O BCE manteve sua taxa de refinanciamento, que serve de referência para concessão de crédito na zona do euro, zerada. Na reunião desta quinta-feira, o BCE manteve a taxa de depósito, sua principal taxa de juros, em -0,40%. Já a taxa de empréstimo foi mantida em -0,25%.

Repetindo sua orientação futura padrão, o BCE disse que continua a esperar que suas taxas de juros permaneçam nos níveis atuais ou mais baixos por um período prolongado de tempo e bem além do horizonte de suas compras de ativos.

O BCE não anunciou nenhuma mudança dos parâmetros de flexibilização quantitativa, seu programa de compra de dívida lançado em 2015. Atualmente, a autarquia compra mensalmente ? 80 bilhões de dívida, principalmente pública, e prevê a redução de um quarto desse montante a partir de abril, passando a manter um ritmo de ? 60 bilhões até o fim deste ano. O banco central informou, no entanto, que o volume compra pode ser elevado ou prorrogado se o cenário se tornar menos favorável.

?Se o panorama se tornar menos favorável, ou se as condições financeiras ficarem inconsistentes com novos avanços até um ajusto sustentado pelo caminho da inflação, o Conselho de Governo está pronto para incrementar o programa em termos de tamanho e/ou duração?, disse o BCE em comunicado.

O BCE é cada vez mais alvo de observadores, principalmente a Alemanha, que se preocupam com os riscos a longo prazo desta política monetária e pedem ao banco central que modere seu ritmo.

Esses pedidos persistem ainda que a zona do euro registre uma volta de ascenção de preços nos últimos meses e o desparacimento de risco de deflação, como o próprio BCE reocnhece. Em fevereiro, a inflação na zona do euro chegou a 2%, dentro da margem da meta do BCE, que aposta em uma inflação “ligeiramente inferior a 2%”, o que em seu entendimento é considerado estabilidade de preços.

NOVAS PREVISÕES PARA ESTE ANO

O Banco Central Europeu revisou levemente em alta suas previsões de crescimento do PIB na zona euro para 2017 e 2018, anunciou nesta quinta-feira o presidente da instituição, Mario Draghi.

Nestas novas previsões, o BCE prevê um crescimento de 1,8% em 2017 (1,7% na previsão anterior) e de 1,7% em 2018 (contra 1,6%). Para 2019, continua apostando como antes por um crescimento do PIB na zona euro de 1,6%.

A autarquia também aumentou a previsão de inflação para 1,7%, bem como as projeções de crescimento na zona do euro para 2017 e 2018 para refletir preços mais altos do petróleo e aumentou ligeiramente a maioria das outras estimativas para crescimento e inflação, mas previu que a alta dos preços permanecerá abaixo de sua meta até 2019.

O petróleo tipo Brent está sendo negociado 12% acima do que o BCE previu em suas projeções de dezembro. Isso ajudou a levar a inflação para 2% em fevereiro.

O BCE agora vêm inflação de 1,7% em 2017, contra 1,3% esperado em dezembro. Entretanto, o banco prevê que a alta da inflação será temporária, estimando que a alta dos preços vai desacelerar este ano conforme os preços do petróleo saem dos números básicos.