Cotidiano

Realeza busca saídas a incêndio de hospital

O Imaculada Conceição é o resultado de parceria de alguns dos primeiros médicos que chegaram à região

Realeza – Poucas vezes em sua história, a comunidade de Realeza esteve tão unida como nas últimas semanas. Município de pequeno porte do Sudoeste, próximo da divisa com a região Oeste, ele ainda se recupera de incêndio que no dia 19 de fevereiro destruiu o único hospital local. O Imaculada Conceição era particular e atendia a comunidade, inclusive pacientes de outros municípios da região, há mais de 50 anos. O incêndio, que teve origem provável em um curto-circuito, deixou a comunidade, de uma hora para outra, sem atendimentos essenciais, como cirurgias e partos.

O prefeito Milton Andreolli e outras autoridades locais encamparam ações emergenciais para garantir atendimentos à população. Partos, por exemplo, são feitos em um hospital em Santa Izabel do Oeste, a mais de 20 quilômetros de distância, e internamentos, entre outros, ocorrem em unidade hospitalar de Ampêre, a cerca de 30 quilômetros de Realeza. A ideia é, de forma emergencial, tentar suprir tudo o que o Imaculada Conceição oferecia à população, e principalmente aos usuários do SUS. Líderes, moradores e entidades analisam também meios de conseguir recursos e ajudas oficiais para a construção de um novo hospital.

Tristeza

O Imaculada Conceição é o resultado de parceria de alguns dos primeiros médicos que chegaram à região. Um deles é Aristeu Francisco Luchesi, 75 anos, que dedicou grande parte da vida a atender a população de Realeza e vizinhança. Ele recebeu a notícia do incêndio quando estava em viagem a Porto Alegre. “Fiquei desesperado com a possibilidade de que alguém tivesse morrido no incêndio no meu hospital”, disse emocionado em entrevista a uma rádio local. Embora o sinistro tenha sido de grandes proporções, ninguém se feriu na ocorrência.

Nos dias seguintes ao incêndio, o médico Aristeu seguiu atendendo a comunidade em instalações improvisadas, cedidas por amigos. Ele fez apelos à comunidade e aos líderes locais que se unam e busquem meios para a construção de um novo hospital. “Não tenho mais condições físicas nem financeiras para, por conta própria, reconstruir o hospital que se perdeu. Mas estarei ao lado de Realeza no que ela escolher, porque o município precisa muito de um hospital bem equipado e que atenda as pessoas”, afirma.