Cotidiano

Relatório de agência da ONU acusa Israel de apartheid com palestinos

BEIRUTE – O relatório de uma agência da ONU divulgado nesta quarta-feira acusa Israel de impor um regime de apartheid em relação aos palestinos. Segundo o informe da Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (CESAP), esta é a primeira vez que um órgão da ONU faz a acusação. A secretaria-geral da organização, no entanto, procurou se afastar dele.

Segundo o estudo, ?Israel tem estabelecido um regime de apartheid que domina o povo palestino como um todo?. Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense relacionou o informe ao ?Der Sturmer?, uma publicação de propaganda nazista e antissemita, enquanto a ONU afirmou que o secretário-geral não foi consultado sobre o relatório antes de ser divulgado.

? O relatório como está não reflete o ponto de vista do secretário-geral (Antonio Guterres) ? disse o porta-voz Stephane Dujarric.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, recomendou que a ONU deveria retirar o relatório. A CESAP compreende 18 países árabes da Ásia Ocidental, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento econômico e social de seus membros.

Rima Khalaf, subsecretária-geral da ONU e secretária-executivo da CESAP, destacou que este é o primeiro relatório da organização que ?claramente e francamente conclui que Israel é um Estado racista que estabeleceu um sistema de apartheid que persegue o povo palestino?. O estudo destaca que, ?entretanto, somente a sentença de um tribunal internacional? poderia tornar a afirmação imperativa.

Segundo o estudo, a fragmentação do povo é o principal método usado, com os palestinos divididos em quatro grupos oprimidos por ?leis, políticas e práticas distintas?: palestinos que são cidadãos israelenses; palestinos de Jerusalém Oriental; palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza; e os que vivem como refugiados ou no exílio. Ele foi redigido por Richard Falk, ex-investigador de direitos humanos da ONU para os territórios palestinos, e Virginia Tilley, professora de Ciência Política da Southern Illinois University.

?A tentativa de manchar e falsamente marcar a única democracia verdadeira no Oriente Médio criando uma falsa analogia é desprezível e constitui uma mentira evidente?, disse o embaixador israelense na organização, Danny Danon, em comunicado.