BOGOTÁ – O vice-presidente colombiano, Germán Vargas Lleras, renunciou na quarta-feira ao cargo, uma medida amplamente esperada para anunciar sua disputa à Presidência no próximo ano ? apesar de ele se dizer indeciso sobre o tema. O presidente Juan Manuel Santos nomeou o ex-chefe da polícia nacional, Oscar Naranjo, como sucessor de Vargas, afirmando que ele quer que o novo vice reforce a segurança e a campanha para acabar com o cultivo da coca.
Em sua carta de demissão ao Senado, Vargas, 55 anos, disse que ainda não decidiu se candidatar-se a presidente, mas deixaria o cargo para ter certeza de que ele seria elegível para competir em 2018. Como vice-presidente desde 2014, Vargas se concentrou em projetos de infraestrutura, liderando melhorias nas estradas e construindo habitação subsidiada para setores mais pobres.
Um número crescente de comentaristas de mídia e analistas políticos acreditam que Vargas, do partido Cambio-Radical (centro-direita), vai enfrentar quem for o candidato do partido De La U, do governo de Santos. Ele não criticou publicamente o acordo de paz assinado pelo presidente em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Mas os meios de comunicação locais informaram que ele é contra os termos do pacto que permitem que os rebeldes entrem na política e não recebam prisão.
Assim como Santos, Vargas vem de uma das famílias mais poderosas da Colômbia. Ele é neto do ex-presidente Carlos Lleras Restrepo e sobrinho do ex-candidato presidencial Carlos Lleras de la Fuente. Ele saiu ileso de um ataque com carro-bomba em 2005 em Bogotá, sobre o qual as autoridades culparam as Farc. Em 2002, perdeu dedos de sua mão esquerda quando abriu uma carta-bomba em seu gabinete no Congresso.
A nomeação de Naranjo como vice-presidente de Santos precisa ser aprovada pelo Congresso. Aos 60 anos, ele fazia parte da equipe negociadora do governo em Havana, que trabalhou por quatro anos para conseguir o acordo de paz. Ele serviu como chefe da força policial nacional entre 2007 e 2012.