Cotidiano

Governo Trump recorrerá contra suspensão de decreto migratório

US-TRUMP,-PAUL-RYAN-ATTEND-TRADITIONAL-CONGRESSIONAL-LUNCHEON-FO-GUB35JR3T.1.jpgWASHINGTON – O governo de Donald Trump anunciou nesta quinta-feira sua intenção de recorrer da suspensão de seu segundo e revisado decreto migratório, que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países muçulmanos.

? Temos a intenção de apelar contra esta decisão equivocada ? declarou Sean Spicer, porta-voz do executivo americano. Migra Trump

A nova ordem de Trump começaria a valer nesta quinta-feira. Na decisão, um juiz federal do Havaí suspendeu em escala nacional o veto migratório.

? Você está dizendo que deveríamos fechar nossos olhos diante da sequência de declarações anteriores? ? afirmou Derrick Watson na audiência desta quarta-feira, questionando um advogado do governo que negou haver discriminação religiosa.

Watson se referia na decisão às declarações abertas de Trump defendendo barrar a entrada de muçulmanos em função do terrorismo doméstico: “Evidência significativa e irrefutável de animosidade religiosa liderando a promulgação da ordem executiva”, diz um trecho.

Na quarta-feira, Trump já havia prometido “ir até a Suprema Corte” para defender o texto polêmico, denunciando um “abuso de poder sem precedentes”.

? A decisão é uma extrapolação judicial sem precedentes. Esta determinação nos faz parecer fracos. Mas não somos fracos, vejam como estão as fronteiras ? criticou o presidente num comício em Nashville, no Tennessee. ? Vamos lutar contra esta decisão terrível, levando o mais longe possível, incluindo todo o caminho até a Suprema Corte. Vamos ganhar.

O decreto mais brando que o original apresentado pelo presidente proíbe a entrada de cidadãos de seis países muçulmanos nos EUA: Irã, Líbia, Síria, Somália, Sudão e Iêmen. A primeira versão já havia sido suspensa pela Justiça, e incluía o Iraque, a entrada de refugiados e até pessoas com vistos.

Em cinco pontos, o que muda com o novo decreto migratório de Trump

Com o Havaí tendo iniciado os recursos legais, os governos esperavam repetir o sucesso do primeiro questionamento, suspenso pelo Justiça por ser considerado violador de direitos constitucionais. Procuradores de Washington, Oregon, Minnesota, Nova York, Maryland e Massachusetts também recorreram contra a ordem. As primeiras audiências haviam sido marcadas para este dia 15, um dia antes de a nova proibição entrar em vigor.

? Nada mudou, no fundo: a proibição generalizada de ingressar (nos Estados Unidos) a partir de países de maioria muçulmana persiste ? declarou na semana passada o procurador-geral do Havaí, Doug Chin. ? Os tribunais não toleraram a tentativa anterior do governo de enganar a Justiça, e não deveriam tolerar.

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