O inquérito sobre o rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, e a contaminação do Rio Doce foi concluído pela Polícia Federal nesta quinta-feira. De acordo com informações divulgadas pelo portal de notícias G1, oito pessoas e três empresas foram indiciadas por crimes ambientais e danos contra o patrimônio histórico e cultural.
Em janeiro, antes de o inquérito ser concluído, a PF indiciou a Samarco, a Vale, a empresa VogBR e mais sete executivos e técnicos pelos crimes ambientais decorridos do rompimento da barragem do Fundão. Entre os indiciados, estava o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi. O indiciamento foi motivado, segundo a polícia, pelo fato de as empresas, os dirigentes e os técnicos terem provocado poluição em níveis que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, de acordo com o previsto pelo artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais.
Os nomes ainda não foram divulgados. O delegado responsável pelo caso vai conceder coletiva na tarde desta quinta-feira (8). A conclusão das investigações veio depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os julgamentos e processos criminais que envolvem a tragédia ocorrida no dia 5 de novembro de 2015 em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, passariam a ser apurados apenas em âmbito federal.
TRAGÉDIA AMBIENTAL
A barragem do Fundão se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, deixando 17 pessoas mortas e duas desaparecidas. O desabamento levou à completa destruição do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e afetou ainda Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce.
O desastre ambiental é considerado o maior da história no Brasil. Os rejeitos atingiram mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.