Cotidiano

Em Caracas, bloqueio policial a marcha de estudantes acaba em confronto

 CARACAS — Em uma dia de alta tensão nas manifestações convocadas pela oposição em Caracas, universitários e policiais travaram confrontos nesta quinta-feira. A tentativa frustrada dos estudantes de realizar uma marcha até o órgão eleitoral venezuelano terminou com episódios de agressão em frente à mais importante universidade do país.

Na porta da Universidade Central da Venezuela, cerca de 40 alunos com o rosto coberto lançaram garrafas, pedras e bombas incendiárias contra os efetivos de segurança. Os policiais responderam com gás lacrimogênio, disparos e jatos de água.

Não há registro de pessoas feridas até o momento. As forças de segurança não têm permissão para entrar dentro do campus, em respeito à autonomia universitária. 

Sêm exito, estudantes haviam mais cedo tentado realizar uma passeata. Policiais e militares cercaram o ponto de concentração da marcha para evitar o avanço do grupo ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Também nesta quinta-feira, mais de dez deputados haviam sido agredidos durante uma manifestação na porta do órgão eleitoral, segundo o deputado oposicionista Tomás Guanipa.

Fotos no Twitter mostram Borges com o rosto ensanguentado. Outro deputado, Alfonso Marquina, também foi agredido.

— Estamos no CNE exigindo o referendo. Vários deputados foram agredidos e a Guarda Nacional Bolivariana não fez nada — disse Juan Guaidó. 

O confronto ocorreu num dia em que tanto manifestações de grupos pró-governo quanto da oposição estavam marcados. A Suprema Corte venezuelana proibiu protestos perto de órgãos públicos, alegando medidas de segurança.