O técnico Dunga chegou à sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, por volta das 14h45m, para a reunião com o presidente Marco Polo del Nero em que deve ser decidida sua demissão da seleção brasileira. Ele estava acompanhado do diretor de seleções, Gilmar Rinaldi, que também está com o emprego ameaçado. Se de fato for demitido, Dunga deverá dar lugar a Tite, do Corinthians, que estaria disposto a aceitar o convite da CBF.
Na porta da CBF um torcedor espera a chegada de Dunga com um cartaz em que pede a saída do técnico de forma bem-humorada: “CBF, aproveita a festa junina e manda o Dunga pegar o caminho da roça”, escreveu o auxiliar de serviços gerais Paulo de Souza. Torcedor do Fluminense, ele diz que não dá mais para aguentar Dunga no comando da seleção. Sua preferência é por Tite ou, então, Jorginho, do Vasco.
Ainda nos EUA Gilmar Rinaldi disse ter sido o responsável por convocar a reunião desta terça, e afirmou que o encontro servirá para definir detalhes de uma lista prévia de 35 nomes, dos quais sairão os 18 convocados para os Jogos Olímpicos. Embora o coordenador de seleções tenha mostrado confiança na continuidade do técnico Dunga após a eliminação na Copa América, a pressão nos bastidores pode fazer Del Nero demitir a dupla.
Os jogadores e a comissão técnica da seleção brasileira desembarcaram no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 11h desta terça-feira, após a eliminação na Copa América, disputada nos EUA. Dunga e Gilmar Rinaldi, no entanto, não apareceram no saguão de desembarque, já que pegaram um voo de conexão para o Rio, onde se encontrarão com Del Nero.
Capitão da seleção no jogo contra o Peru, o zagueiro Miranda disse que Dunga não conversou com os jogadores em tom de despedida. Afirmou que todos na seleção têm sua parcela de culpa pela eliminação no torneio e devem fazer uma autocrítica.
– Cada um tem a sua parcela de culpa. Cada um tem que fazer sua autocrítica e já pensar nas eliminatórias – lembrou o jogador do Inter de Milão, já de olho nos jogos da equipe em setembro.
DUNGA E OS NÚMEROS
A mais precoce eliminação do Brasil na Copa América desde 1987, após a derrota para o Peru em Boston, pode ter sido a cereja do bolo no conjunto de fiascos de Dunga desde que retornou à seleção. Ano passado, o país foi eliminado nas quartas de final do torneio, ao perder nos pênaltis para o Paraguai.
Atualmente, a seleção brasileira ocupa apenas a sexta colocação nas eliminatórias para a Copa de 2018, na Rússia. Se terminar nessa posição o Brasil ficará fora de um Mundial pela primeira vez na história das Copas. Na América do Sul as quatro primeiras seleções se classificam direto. E a quinta colocada disputa uma repescagem com um representante da Ásia.
Em sua segunda passsagem como técnico da seleção, que começou após a Copa de 2014, Dunga soma 12 vitórias, cinco empates e três derrotas. Na primeira vez em que assumiu esta função, foram 37 vitórias, 11 empates e seis derrotas.