ORLANDO – O FBI foca agora suas investigações sobre o massacre que matou 49 pessoas na boate gay Pulse, em Orlando, examinando as comunicações do terrorista Omar Mateen e uma possível relação de sua mulher, Noor Zahi Salman, que tenha facilitado a ação do atirador. No entanto, ainda não há indicações de cumplicidade.
De acordo com fontes sob annimato do FBI ao jornal “Orlando Sentinel”, Noor pode ter tido relação com o caso. Ele visitou com ele uma série de locais cogitados por ele para cometer o massacre, como parques da Disney e um shopping. Segundo as autoridades, ela chegou a levá-lo à Pulse em uma ocasião.
O FBI relatou que Noor acompanhou o marido a uma feira de venda de armas. Mateen comprou um fuzil AR-15 e uma pistola semiautomática em duas visitas diferentes a uma loja na cidade, e utilizou o primeiro no ataque na boate.
Se Noor tiver sido conivente ao saber da intenções do marido, pode ser indiciada por conspiração. Mas o Departamento de Justiça não acredita, a princípio, haver sinais de que ela soubesse.
Noor foi escoltada na terça-feira por policiais ao apartamento onde eles viviam. Lá, foram retirados dois celulares e um computador usados por Mateen. Nenhum dos materiais é bloqueado por criptografia, problema que atrasou em meses a investigação do atentado terrorista que matou 14 pessoas em San Bernardino, na Califórnia, em dezembro.
Ainda na terça-feira, a ex-mulher de Mateen disse que ?ele poderia ser homossexual? e que deveria ter alguma razão psicológica para o ataque à boate. A declaração de Sitora Yusufiy à emissora americana CNN nesta terça-feira joga nova luz sobre a relação de Omar Mateen com a comunidade gay.
A tese de uma possível homossexualidade de Mateen surgiu em vários jornais americanos, podendo complicar o processo para compreender os impulsos psicológicos que o levaram a cometer o pior ataque a tiros da História dos EUA. De acordo com relatos de vizinhos e conhecidos, o agressor chegou a visitar a boate várias vezes e usava aplicativos de relacionamento homossexual.
Sitora, hoje noiva do brasileiro Marcio Dias, teria relatado ao FBI que seu ex-marido tinha ?tendências homossexuais?. Em entrevista ao SBT transmitida na segunda-feira, Dias afirmou que o FBI pediu a Sitora para não falar sobre o assunto com a imprensa americana.
? Ela me disse que o pai dele (Mateen) o chamou de gay várias vezes ? afirmou Dias a uma repórter do SBT, que foi até a casa do casal, em Boulder, no Colorado.
Seu pai alegou que ele tinha ficado com raiva depois de ver recentemente dois homens se beijando. Imigrante do Uzbequistão, Sitora afirmou ainda ao SBT que era vítima de abuso do ex-marido, de quem se divorciou em 2011. Ela disse também não acreditar em uma ligação com o terrorismo organizado.