Cotidiano

Capitão América pode ser um agente da Hydra. E Stan Lee aprova

RIO – Na semana passada, a Marvel lançou uma nova série de quadrinhos do Capitão América, com uma guinada e tanto na história do personagem. Em “Captain America: Steve Rogers”, o herói que chegou a dar um soco em Hitler revela, na verdade, trabalhar para a organização inimiga Hydra.

A volta de 180º do personagem foi construída pelo roteirista Nick Spencer, que apresentou a ideia aos editores em 2014. A novidade também seria uma forma de fazer com que o capitão Steve Rogers volte a apresentar a força e o vigor de sempre, já que, nos quadrinhos, ele havia envelhecido.

Em uma palestra, o mago dos quadrinhos Stan Lee foi questionado sobre o que achava da novidade. Ele respondeu que tinha ficado sabendo pela internet, então não tinha nenhuma informação adicional que pudesse compartilhar com os fãs. Entretanto, declarou ter achado “uma ideia e tanto”.

— É uma ideia muito engenhosa. Não sei se eu pensaria nisso — disse ele, afirmando que a reviravolta provavelmente impulsionaria as vendas das revistas e possivelmente seria aproveitada no cinema.

Em uma entrevista à revista “Time“, o editor-executivo da Marvel Tom Brevoort falou sobre a nova série, afirmando que, embora os acontecimentos retratados se passem na época da Segunda Guerra, eles têm relação com o momento presente.

Na revista número 1, o líder da Hydra fala sobre intrusos criminosos que zombam das fronteiras americanas (o que lembra muito os discursos do candidato republicano Donald Trump à Presidência) e chama os refugiados da Alemanha de “exército de invasores” que trazem “crenças fanáticas e crime” à Europa.

Instado a comentar o discurso do personagem, Breevort respondeu:

“Tentamos escrever quadrinhos em 2016 que falem sobre o mundo e o zeitgeist de 2016, especialmente em “Capitão América. Nick Spencer, o roteirista, é muito ativo politicamente. Ele está acompanhando de perto as eleições deste ano. Então, podemos falar sobre questões políticas de uma maneira metafórica. É isso que dá peso e corpo às nossas histórias. Quaisquer paralelos que você encontre com situações reais ou imaginadas, envolvendo pessoas vivas ou mortas, provavelmente são intencionais, mas não de forma literal”.

“Capitão América: Guerra Civil” continua em cartaz no Rio de Janeiro. O filme estreou em 28 de abril e, até o momento, já arrecadou praticamente US$ 1,108 bilhão em todo o mundo.