RIO – A adolescente vítima de estupro em Jacarepaguá já teve, em julho de 2013, sua pequena e atormentada história de vida relatada ao Disque-Denúncia. Tinha 13 anos, um filho recém-nascido, do qual não conseguia cuidar, agredia o pai fisicamente e, verbalmente, a mãe. E frequentava bailes onde se relacionava com homens desconhecidos. Em agosto do ano seguinte, ela é passou a ser assistida pelo projeto Casa Viva, uma instituição criada para cuidar de jovens usuários de drogas. Mas ela fugiu após ter sido apreendida com base num pedido judicial de busca e apreensão, de acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal Extra.
Ela vem de um ambiente familiar muito adoecido. E desde cedo, sozinha, criou as estratégias dela para sobreviver. Quem pode julgar o que está certo ou errado? É uma infância violenta, apesar de estar em seio familiar e ser criada em um bairro de classe média (Jacarepaguá) explicou, ao Extra, uma das funcionárias que atenderam X.. Nós vivemos uma sociedade machista. Ela é vítima e está sendo julgada. Que homens são esses que a gente também está formando? Como são capazes dessa barbárie. E as pessoas assistem ao vídeo e não se dão conta da perversidade? Eles não tinham esse direito.
Os laços com a família e com a escola foram se desatando de lá para cá, apesar da insistência da avó materna em mantê-la no rumo certo. Em 2014, foi morar no Morro da Serrinha, com um marido. Passou a ostentar roupas de grife e celulares de última geração. Articulada, X. sempre recusou convites para se tratar em uma casa de acolhida.
Foram apenas dois dias com ela, mas muito marcantes. Fazíamos um trabalho de convencimento, persuasão. Ela estava muito violenta. Agrediu o pai, pegou o bebê de qualquer jeito, ele acabou ficando vulnerável. Queria fugir, depois aceitou. Mas no dia seguinte, viu televisão, jantou, tudo como a rotina, mas depois não estava mais lá contou uma funcionária ao Extra.