Alfredo Bertini é signatário de manifesto ?em defesa da democracia?

SÃO PAULO – Convidado no início da semana passada pelo ministro da Cultura, Marcelo Calero, a assumir a Secretaria do Audiovisual (SAV) no governo do presidente interino Michel Temer, o produtor pernambucano Alfredo Bertini é o 18º nome na lista de 766 signatários de um manifesto “em defesa da democracia e da legalidade” datado do fim do ano passado. Intitulado “Carta ao Brasil”, o documento foi organizado pelo produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, pelo cineasta André Klotzel e pelos escritores Maria Alice Vieira e Fernando Morais e entregue em dezembro à presidente Dilma Rousseff, ao senador Renan Calheiros, ao ministro Ricardo Levandowsky e ao procurador-geral Rodrigo Janot.

“Independente de opiniões políticas, filiação ou preferências, a democracia representativa não admite retrocessos. A institucionalidade e a observância do preceito de que o presidente da República somente poderá ser destituído do seu cargo mediante o cometimento de crime de responsabilidade é condição para a manutenção desse processo democrático”, diz o texto.

Ao GLOBO, Bertini afirmou que só tomou conhecimento da inclusão de seu nome na missiva em fevereiro e que pediu sua retirada a Barreto e a Klotzel, mas não insistiu para “evitar desgastes pessoais por uma provável opção de interpelação judicial, que caberia à situação”:

– Quanto ao documento, informo que não autorizei por escrito, por áudio ou por qualquer outro meio a inclusão do meu nome. Na época, pedi a Luiz Carlos Barreto, que me consultou sobre um documento “a favor da democracia” e “sem vinculações a governos e partidos”, que me enviasse o mesmo para leitura. Com a viagem internacional dele e os festejos de final de ano, o assunto passou batido, sem que eu lesse e autorizasse a inclusão do meu nome.