RIO ? A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) divulgou nesta terça-feira dois relatórios sobre os ataques a duas unidades de saúde no Iêmen em 2015 e 2016, um dia antes da sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas que vai discutir a proteção das atividades médicas. A organização apelou aos países-membros da ONU a adotarem ?medidas concretas para proteger o acesso a cuidados médicos em zonas de conflito?.
Os ataques atingiram um hospital em Abs, na província de Hajjah, no dia 15 de agosto de 2016, e uma clínica de MSF na cidade de Taiz, no dia 2 de dezembro de 2015, resultando na morte de 20 pessoas, a maioria delas pacientes, e 32 feridos.
Os bombardeios foram perpetrados pela coalizão liderada pela Arábia Saudita, que combate os rebeldes houthis no Iêmen. Em consequência do ataque ao hospital de Abs, o MSF retirou suas equipes de seis hospitais no Norte do Iêmen.
No documento, a ONG concluiu que os ataques foram ilegítimos e injustificados.
?Apesar de haver diferenças significativas entre as circunstâncias que cercaram cada incidente, os bombardeios atingiram unidades médicas em pleno funcionamento e a proteção inerente às atividades médicas não foi respeitada. As investigações internas sobre os incidentes de Abs e Taiz também concluem que a neutralidade e a imparcialidade das instalações não haviam sido comprometidas antes dos ataques, de forma que não havia razões legítimas para atacar as unidades de saúde?, afirmou a organização.
O MSF reiterou seu apelo a todas as partes em conflito para que garantam o respeito aos princípios do direito internacional humanitário, que protege civis e também instalações médicas, seus pacientes e profissionais.