RIO – O candidato à prefeitura do Rio pela Rede, Alessandro Molon, reiterou nesta terça-feira acreditar que a eleição ainda está em aberto, a cinco dias da votação. O deputado federal admitiu dificuldades de sua candidatura pelo tempo escasso de televisão e por conta de a Rede ser uma legenda nova. Ele aposta, porém, que o debate entre os candidatos na TV Globo, programado para esta quinta-feira, será decisivo.
? A campanha a gente só pode avaliar no final. Já vi tanta pesquisa errar. Já vi candidato ter que tampar a garrafa de espumante novamente justamente porque o resultado das urnas não foi o anunciado por algumas pesquisas. O fundamental é trabalhar e ter a consciência que as próprias pesquisas mostram que os indecisos são muitos. Sejam aquelas que se apresentam como indeciso ou que pensam em votar branco e nulo, sejam aqueles que declaram ter candidato, mas que admitem que podem mudar até o dia da eleição ? afirmou Molon, durante sabatina na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). ? Acho que o debate da TV Globo vai ter muito impacto porque ele vai ser muito assistido. Alguns estimam que será assistido por 15 a 20 pontos percentuais no Ibope. Então, a eleição ainda está muito em aberto. Uma candidatura como a nossa, com pouquíssimo tempo de TV, de um partido que acabou de ser criado, enfrenta dificuldades adicionais.
Na última pesquisa Ibope, divulgada nesta segunda-feira, Molon oscilou de 2% para 1% das intenções de voto.
Molon foi sabatinado na sede da ABI, no Centro, pelo presidente Domingos Meirelles, Jesus Chediak, diretor de Cultura e Lazer, Ivan Proença, presidente do Conselho Deliberativo, e pelo advogado Jansen de Oliveira. Já participaram da rodada de entrevista na entidade os candidatos à prefeitura Carlos Osorio (PSDB), Jandira Feghali (PCdoB), Cyro Garcia (PSTU) e Hugo Leal (PSB), vice na chapa de Indio da Costa.
Questionado sobre a verba municipal destina ao desfile das Escolas de Samba, o candidato da Rede afirmou que fará uma licitação caso seja eleito.
? Não é uma vontade apenas minha. É uma cobrança do Ministério Público que o atual prefeito não cumpriu. Vamos aproveitar ainda o potencial do Rio e organizar uma feira no meio do ano sobre as novidades da Sapucaí. São mais de 900 cidades no mundo que têm carnaval. Imagina ter pessoas dessas cidades aqui vendo as inovações, fantasias, instrumentos do carnaval daquele ano? É uma ideia simples, mas que pode trazer grandes retornos ? defendeu, acrescentando que pretende descentralizar o carnaval de rua, com investimento em blocos tradicionais e também das zonas Norte e Oeste.
Molon se posicionou ainda como um candidato da ?esquerda contemporânea?:
? É uma esquerda que tem uma concepção ampla de uma política de alianças. Não dá para imaginar que pelo radicalismo se ganhe eleição ou se governe. Você tem que construir alianças. Agora, não é nem fazer aliança com ninguém, nem aliança com qualquer um. O equilíbrio está no caminho do meio: alianças programáticas.
Ele disse ainda que pretende usar parte da arrecadação do ISS para promover apresentações culturais nas ruas e que se eleito vai negociar com o governo estadual e com o metrô a extensão da circulação dos trens durante a madrugada. Molon também criticou as mudanças no currículo escolar por meio de uma Medida Provisória do governo federal por tornarem opcionais o ensino de filosofia, sociologia e educação física.