Quatro modelos de cadeiras de refeição infantis são reprovados pela Proteste

RIO ? As cadeiras infantis para refeição não passaram no primeiro teste realizado pela Proteste Associação de Consumidores. Dos cinco modelos avaliados, três foram eliminados devido ao risco de que bebês e crianças de até três anos se cortassem, prendessem os dedos e até se soltassem durante a refeição. Após a avaliação, a Proteste está pedindo a retirada do mercado de três modelos para crianças de seis meses a três anos (ou até 15 quilos). São eles: Bon Apetit, da Burigotto; Pocket Lunch da Chicco; e Standard, da Galzerano, por apresentarem riscos à segurança.

O modelo Recreio, da Lenox Kiddo, foi eleito o melhor do teste e a escolha certa, por não apresentar qualquer falha de segurança, ser versátil e fácil de usar.

A associação de defesa do consumidor também pediu ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) a revisão da certificação desses modelos.

De acordo com a Proteste, a cautela com esse tipo de produto se justifica, já que 13% dos acidentes de consumo registrados no Brasil, entre 2006 e 2014, foram causados por itens específicos para crianças, perdendo apenas para utensílios domésticos. E, segundo o Ministério da Saúde, 43 crianças morreram após sofrerem quedas, entre 1996 e 2014. Por isso, a qualidade das cadeiras de alimentação vai além de um bom design. Elas devem ser, antes de mais nada, seguras.

?Ter acesso a produtos seguros é um direito básico do consumidor e não podemos permitir que seja desrespeitado ? alerta Maria Inês Dolci, Coordenadora Institucional da Proteste.

Já o modelo Teddy Alta, da Tramontina, não foi bem avaliado quanto à versatilidade por não ter apoio para os pés da criança e bandeja com porta copo.

Alguns critérios foram fundamentais para o resultado do teste. As cadeiras foram avaliadas para ver se tinham partes salientes ou expostas que pudessem cortar a criança, ou buracos que prendessem dedos, pés ou pele. O modelo Bon Apetit, da Burigotto, por exemplo, tem fendas maiores do que sete milímetros e menores do que 12 milímetros, suficientes para prender o dedo de uma criança de até três anos, por exemplo. Além disso, sua borda superior tem um raio menor do que cinco milímetros, o que também é um perigo para crianças.

Quanto ao sistema que prende a criança, de acordo com a Proteste, uma cadeira segura deve ser equipada com um cinto suspensório para evitar que a criança escorregue para frente e para fora. Além disso, as tiras devem ser resistentes ao puxão forte de uma criança, sem danificar ou romper a fivela. Mas a fivela da cadeira Pocket Lunch, da Chicco, se abriu com um força menor do que 40 Newtons (medida de força), o que é um risco para uma criança de até três anos, o que, segundo a associação, significa que, nessa faixa etária, ela pode abrir esse dispositivo e se levantar com facilidade, correndo o risco de cair. Por isso, o modelo foi condenado na análise.

Outro ponto avaliado foi o de que as cadeiras também devem ser resistentes e não podem se deteriorar, em função do uso contínuo, a ponto de comprometer sua segurança. Assim, os modelos foram submetidas a impactos semelhantes aos do dia a dia. O Standard, da Galzerano, sofreu sérias avarias. A bandeja e o assento quebraram, demonstrando má qualidade do material e restaram pontas que podem ferir a criança, o que motivaram a decisão de a Proteste pedir sua retirada do mercado.