Cotidiano

Polônia: Mulheres fazem greve contra projeto que bane aborto no país

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RIO – A segunda-feira amanheceu preta nas ruas da Polônia. É que manifestantes decidiram entrar em greve contra um projeto de lei, tramitando atualmente no parlamento, que bane totalmente a possibilidade de aborto no país. Elas estão chamando o protesto de “Black Monday” (“Segunda-feira preta”) e instituíram a cor escura como símbolo da manifestação. As informações são da BBC News.

Não há informações exatas sobre o número de participantes da greve, mas há diversos estabelecimentos fechados pelo país. A cidade de Czestochowa, por exemplo, decretou paralisação de um dia para que funcionárias pudessem participar da mobilização.

O banimento total do aborto foi proposto pelo grupo “Stop Abortion” (“Parem o aborto”) e atualmente está em discussão em uma comissão do parlamento. Mulheres que tenham passado pelo procedimento poderão ser punidas com cinco anos de prisão. Médicos que tenham feito assistência também poderão ir para a cadeia.

Críticos da proposta dizem que gestantes que tiveram aborto espontâneo também poderiam ser investigadas, uma vez que os sintomas são parecidos com o aborto deliberado.

Ativistas antiaborto também estão planejando mobilizações. Por ora, muitas estão postando fotos com roupas da cor branca. A Conferência dos Bispos das Polônia pediu aos tcatólicos que rezassem pela “consciência e a luz do Espírito Santo e por todos os poloneses que protegem a vida humana, da concepção à morte natural”.

Hoje, o aborto no país só é permitido em casos restritos: quando há risco para o bebê e a mãe, ou quando a gravidez é decorrente de estupro ou incesto.

Como resultado, até estimativas conservadoras apontam que há, no país, muito mais abortos ilegais que legais ? entre 10 mil e 150 mil, contra mil ou 2 mil procedimentos oficiais.

A greve no trabalho, em escolas e faculdades, além da recusa em fazer atividades domésticas, são inspiradas por uma paralisação feita na Islândia em 1975.