Cascavel – Pelo Calçadão da Avenida Brasil, o movimento de clientes nas lojas é tímido, mesmo depois do pagamento da primeira parcela do 13º salário. O benefício foi depositado até a última segunda-feira (30). Dentre os motivos levantados pelos comerciantes está a destinação do recebimento: o pagamento de contas.
O pessoal até tem dinheiro para gastar, mas está segurando devido às noticias ruins em torno da economia. Também há muitas pessoas que estão comprometidas com as contas, relata a vendedora de uma loja de vestuário, Wilma Bernardi.
No estabelecimento não houve mudança significativa nas vendas se comparado ao movimento da semana passada. Para a comerciante, a expectativa é de melhora a partir da semana que vem, quando o comércio atenderá em horário estendido devido ao fim do ano. Reflexo do momento econômico, o estabelecimento registra uma queda de 30% nas vendas desde o mês de maio.
Já o vendedor de uma loja de calçados, Igor da Silva, esperava um aumento nas vendas de 40%, no entanto, desde segunda-feira a variação chegou a apenas 20%.
O pessoal está usando o 13º para pagar contas, confirma.
Segundo o Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Cascavel e Região), os setores de vestuário e calçados são os que devem sentir de forma mais intensa a injeção na economia com o pagamento do benefício, apesar de afirmar que a prioridade seja para o pagamento de dívidas.
Em Cascavel, o pagamento das duas parcelas do benefício a trabalhadores com carteira assinada, trabalhadores rurais, empregados domésticos e funcionários públicos deve injetar R$ 200 milhões na economia, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).