LONDRES – O Fórum Econômico Mundial declarou no ?Relatório de Riscos Globais? deste ano que é necessário que haja uma mudança no capitalismo para combater o crescimento de movimentos populistas no mundo. Uma retomada do crescimento econômico seria necessária, mas não suficiente para acabar com as possíveis rupturas geradas pela eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e pela votação para o Reino Unido sair da União Europeia.
O Fórum Econômico Mundial identificou, ainda, “a crescente diferença entre renda e riqueza” como uma possível discussão nos próximos dez anos. Como exemplo, o documento destaca o forte aumento na remuneração de altos executivos em tempos em que muitas indivíduos em economias avançadas enfrentam dificuldades financeiras para se sustentar desde a crise global.
O Fórum Econômico Mundial ainda acrescentou que a combinação da desigualdade econômica com polarização política amplia os riscos globais, desgastando a solidariedade social sobre a qual a legitimidade dos sistemas políticos e econômicos é baseada.
Além de impulsionar o crescimento, o Fórum identificou quatro áreas que precisam de atenção urgentemente: pensar num capitalismo a longo prazo; reconhecer a importância de identidade e inclusão em comunidades políticas; minimizar os riscos e explorar as oportunidades de novas tecnologias, como veículos autônomos; e fortalecer a cooperação global.
Apesar de muitas políticas “anti-establishment” culparem a globalização pela perda de empregos tradicionais, o Fórum Econômico Mundial avalia que a acelerada mudança tecnológica teve um impacto maior nos mercados de trabalho.
?Não é coincidência que desafios à coesão social e a legitimidade de formuladores de políticas estão coincidindo com uma fase diferente da mudança tecnológica?, avalia a organização.
Outros fatores identificados no Relatório de Riscos Globais estão relacionados às alterações climáticas, ao aumento da dependência cibernética e ao envelhecimento da população.