
São Paulo - “A corrida só termina na bandeirada”. Sempre utilizada no automobilismo, essa frase pode ser reescrita após o incrível fim de semana vivido nos dias 19 e 20 deste mês por Paulo Willemann Filho (Leo Madeiras) na Fórmula Delta, no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, na capital paulista. O piloto mato-grossense chegou para a Super Final na liderança da tabela de classificação da Fórmula Delta, categoria de monopostos que recebe pilotos oriundos do kart e que iniciam o processo de transição para o automobilismo.
Mais rápido no primeiro treino da sexta-feira, Willemann não participou do segundo e, no sábado, mostrando que tinha um carro muito bem acertado, cravou a pole position com boa vantagem sobre o segundo colocado.
O sábado continuou de forma positiva para Paulo Willemann Filho. Com uma atuação segura e sem erros, ele venceu a primeira bateria e, com a vitória, garantia o título de campeão da temporada. Porém, uma punição por um toque em um concorrente ainda nas primeiras voltas fez com que o mato-grossense terminasse a prova em nono lugar — e com o sonho do título adiado.
O foco então passou a ser a última corrida da temporada, no domingo, quando um quinto lugar bastaria para Willemann ser campeão sem depender dos resultados dos concorrentes.
E foi aí que o drama começou. Ainda na volta de alinhamento para o grid de largada, Willemann foi atingido por outro piloto, o que o obrigou a levar o carro para os boxes para reparos. A batida afetou a suspensão traseira e, assim, com enorme frustração, Paulo Willemann Filho abandonou a corrida decisiva antes mesmo da largada.
“Naquele momento, só me restava administrar a frustração por perder um título que estava praticamente ganho”, lamentava Paulo Willemann Filho, que dependia de resultados ruins de dois outros competidores que ainda estavam na disputa. “Mas, quando o impossível se torna uma questão de fé, é nesse momento que as coisas se tornam possíveis”, completou.
A reviravolta na super final
E o impossível aconteceu: um dos concorrentes na luta pelo título terminou em sétimo e, após a bandeirada, o outro foi desclassificado por atitude antidesportiva. Assim, a frase “a corrida só termina na bandeirada” acabou sendo reescrita: “a corrida — e o título — só se definem após a vistoria técnica”.
“O impossível só existe para quem não acredita”, comemorou Paulo Willemann Filho (Leo Madeiras), o novo campeão da Fórmula Delta. “Nem larguei na última corrida e o título parecia perdido. Mas, no fim, tudo deu certo e fechei o ano como campeão geral e Rookie”, completou.
Um título com sabor amargo
Porém, a forma como a definição do título aconteceu frustrou Paulo Willemann Filho e sua família. “Fui o mais constante ao longo de todo o ano e, por isso, fui campeão. Mas foi uma Super Final pesada. O jogo deveria ter sido mais limpo. Foi muito ruim a experiência que vivemos nesse fim de semana. Saímos com o título de maneira justa, mas o final de temporada foi frustrante”, analisou Willemann.