
Brasil - A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a principal medida da inflação oficial do Brasil, foi revisada de 4,56% para 4,55% em 2023. A estimativa foi divulgada no boletim Focus desta segunda-feira (3), uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) que reúne as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para os próximos anos, as previsões para a inflação são de 4,2% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028.
Embora a estimativa para 2023 tenha diminuído levemente, ela ainda está acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite superior é 4,5%.
Após uma queda em agosto, a inflação oficial subiu 0,48% em setembro, impulsionada principalmente pelo aumento nas tarifas de energia elétrica. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,17%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Juros Básicos e Política Monetária
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta para atingir a meta de inflação. Atualmente, a taxa está fixada em 15% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião de setembro. As incertezas externas e a moderação no crescimento da economia interna foram fatores que influenciaram a manutenção da Selic nesse nível elevado.
De acordo com a ata do Copom, a intenção do comitê é manter a Selic “por um período prolongado” para garantir que a meta de inflação seja alcançada. O Copom se reúne novamente nos dias 4 e 5 de novembro para avaliar a taxa de juros.
A expectativa dos analistas é que a Selic permaneça em 15% ao ano até o final de 2025. Para 2026, a projeção é que a taxa caia para 12,25% ao ano, com novas reduções previstas para 2027 (10,5% ao ano) e 2028 (10% ao ano).
A elevação da taxa básica de juros tem como objetivo controlar a demanda aquecida e, consequentemente, a inflação, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o crédito tende a ficar mais barato, o que pode incentivar o consumo e a produção, mas também gera mais pressão sobre os preços, tornando o controle da inflação mais desafiador.
PIB e Câmbio
No boletim Focus, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 permanecem em 2,16%. Para 2026, a estimativa de expansão do PIB é de 1,78%, enquanto para 2027 e 2028, as previsões são de crescimento de 1,9% e 2%, respectivamente.
No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,4%, impulsionado principalmente pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB fechou com uma alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento, a maior expansão desde 2021, quando o Brasil teve uma alta de 4,8%.
A previsão para a cotação do dólar é de R$ 5,41 ao final de 2023, com uma estimativa de R$ 5,50 para o final de 2026.
Fonte: Agência Brasil