WASHINGTON – O Senado americano deu aval à escolha de Mike Pompeo para ser diretor da CIA, principal agência de Inteligência do país. Sua indicação chegou a gerar forte polêmica porque Pompeo, como deputado, defendeu a retomada de práticas abolidas como o afogamento simulado, considerado tortura.
Aos 53 anos, Pompeo é deputado republicano do Kansas. O candidato para liderar a agência chegou ao Congresso em 2010 com o apoio do Tea Party, movimento ultraconservador do qual faz parte.
Em sua sabatina pelo Senado, Pompeo não se alinhou às posições de Trump. O deputado defendeu as agências de Inteligência dos EUA, constantemente atacadas pelo presidente eleito, e afirmou confiar nos relatórios que apontam a Rússia como responsável pelos ciberataques durante a campanha, que teriam ajudado a eleger Trump:
? Foi uma ação agressiva russa. Eu não tenho qualquer dúvida sobre as descobertas nos documentos da Inteligência.
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Sem titubear, e ao contrário do que já havia dito anteriormente, Pompeo enfatizou que não dará aval a torturas como métodos de interrogatório, opondo-se novamente ao presidente eleito ? em comício, Trump disse ?gostar muito? do uso do afogamento simulado para obter informações de prisioneiros e cogitou reintroduzir a prática.
Antes de o presidente de saída, Barack Obama, emitir uma ordem executiva banindo as torturas, o próprio Pompeo havia afirmado que não considerava como tal o uso do afogamento simulado, visto por ele como uma técnica legal.
O indicado por Trump para procurador-geral, Jeff Sessions, também já se mostrara contrário a técnicas de tortura, algo a que dera aval quando era senador.
