Cotidiano

Casa Branca de Trump desliga telefone para contato com a população

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WASHINGTON ? Após a posse do novo presidente dos EUA, Donald Trump, a Casa Branca colocou o telefone no gancho ? quase literalmente. Ativistas em favor dos direitos dos imigrantes de todo o país denunciaram que, há alguns dias, a linha telefônica que o governo disponibiliza para comentários públicos está fora de serviço. Com isso, segundo os ativistas, fica mais difícil a comunicação entre a população e o novo comando em Washington.

Durante muito tempo, a Casa Branca manteve a linha aberta como recurso para que organizações incentivassem a comunidade a telefonar e deixar a sua opinião sobre os mais diversos assuntos. No dia da posse de Trump, grupos pró-imigrantes deixaram centenas de mensagens contra a retórica xenofóbica do republicano.

? Isto é sem precedentes para qualquer governo. O público tem o direito de expressar suas opiniões à Casa Branca e, ao eliminar o curso de comunicação, mostra que Trump não quer escutar aos cidadãos ? disse uma ativista do Movimento para uma Reforma Justa da Imigração (FIRM, na sigla em inglês), à imprensa.

Atualmente, a linha tem uma mensagem automática que afirma que o serviço está fechado, convidando à população a se comunicar pelo Facebook com o governo ou pela página oficial da Casa Branca. As ferramentas mencionadas, no entanto, ainda estão em construção.

Esta não é a primeira mudança na comunicação da Casa Branca com a população que desagradou desde a posse de Trump. A versão do site oficial do governo americano em espanhol foi retirada do ar, provocando críticas por excluir as páginas para imigrantes.

Durante os dois mandatos de Obama, a Casa Branca também manteve um blog em espanhol com assuntos de interesse específico para a comunidade hispânica, como questões relacionadas à imigração, à normalização das relações com Cuba ou a crise econômica de Porto Rico.

Também não há, até o momento, como houve durante a era Obama, um porta-voz especificamente dedicado aos meios de comunicação em espanhol e às questões de interesse dos hispânicos.

Durante a longa campanha eleitoral, Trump demonizou os imigrantes latino-americanos e colocou contra a parede o principal país de origem da comunidade hispânica dos EUA, o México. A única expressão em espanhol usada pelo então candidato republicano foi o depreciativo bad hombres ? com a qual se referiu, durante o último debate presidencial com a democrata Hillary Clinton, aos imigrantes ?ilegais perigosos? que prometeu deportar. Trump também criticou um de seus adversários, Jeb Bush, por falar espanhol durante a campanha.