Cotidiano

Parceria fabrica vacinas contra gripe

Empresa que é destaque no agronegócio contribui para produção de doses que salvam vidas

Cascavel – O risco de aumento e de agravo dos casos da gripe H1N1 fortalece e torna ainda mais importante uma parceria constituída há alguns anos. O Ministério da Saúde já começa a distribuir as doses da vacina de campanha que terá início oficial no dia 30 de abril e que são produzidas conjuntamente pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e pelo setor de biotecnologia da Globoaves, empresa de Cascavel que é uma das referências do agronegócio nacional.

A Globoaves foi contratada para fornecer ovos especialmente controlados que são usados na produção do antivírus da Influenza. O volume dos pedidos varia, mas superam os 50 milhões a cada temporada – em média, são entregues ao Instituto 1,8 milhão de ovos controlados embrionados com 11 dias por semana.

A empresa cascavelense é pioneira na atividade e precisou fazer investimentos pesados em equipamentos e especialização de pessoal para que pudesse atender aos rigorosos padrões de qualidade exigidos por um dos mais respeitados laboratórios do mundo. O que existe de melhor e mais eficiente passou a ser empregado na tarefa de produzir vacinas eficientes para conter um vírus em constante mutação.

Automatizadas

As granjas para a produção dos ovos especiais foram escolhidas a dedo. As estruturas são automatizadas e obedecem a criteriosas normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Os ambientes destinados à fecundação são constantemente monitorados por agências sanitárias.

Para que o ovo de onde sairá o antivírus seja viável, diversos cuidados são tomados. Até a localização geográfica da granja e a ração que alimenta as matrizes são detalhadamente analisadas. O acesso a esses ambientes também é controlado. Os profissionais passam por banhos e o material utilizado é submetido a dois processos de desinfecção. 

Desafio de ter doses sempre eficazes

Os ninhos utilizados na produção dos ovos especiais, fecundados por galos (acasalamento gera o embrião que é fundamental para a produção da vacina que vai imunizar contra a Influenza), são automatizados. Não existe qualquer contato manual com os ovos, que passam por desinfecção ao ser embalados em bandejas plásticas com capacidade de 30 unidades.

Cada ovo é analisado individualmente para saber se é ou não viável para as etapas seguintes. A informação mais importante é ter certeza que o ovo contém o embrião vivo, que será inoculado pelo vírus que ali encontrará um ambiente apropriado para se multiplicar. Cada ovo pode render até três doses da vacina, que é distribuída gratuitamente nos postos de saúde de todo o Brasil – segundo os grupos de risco definidos pelo Ministério da Saúde.

Todo o processo de produção da vacina chega a partículas do vírus morto, que então é utilizado por técnicos do Butantan na produção da vacina. Neste ano, as doses terão por função combater as variações do Influenza conhecidos por H1N1, H3N2 e Influenza B. Especialistas informam que, devido à característica mutante do vírus da gripe, é importante que as pessoas tomem a dose todos os anos.

A variação, por menor que seja, pode tornar as doses da temporada anterior não eficientes. Por isso, a cada ano há o desafio de fazer com que a dose se torne ainda melhor. A previsão do Ministério da Saúde para este ano é de fazer chegar 54 milhões de doses aos postos de saúde.

Grupos de risco

Conforme o Ministério da Saúde, os grupos prioritários para receber as doses contra a Influenza, são:  crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras que comprometam a imunidade.