LONDRES ? Nesta segunda-feira, mais de 300 empresários britânicos pediram a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Em carta aberta ao ?Daily Telegraph?, os executivos prevêem que suas empresas crescerão melhor fora do controle de Bruxelas. A declaração contraria os apelos do primeiro ministro britânico, David Cameron, a pouco mais de um mês do referendo para decidir sobre a permanência ou não no bloco.
“Fora da UE, as empresas britânicas serão livres para crescer mais rápido, para se estender a novos mercados e criar mais empregos. É o momento de votar para sair e recuperar o controle de nosso destino”, escrevem os signatários em uma coluna a pouco mais de um mês do referendo de 23 de junho sobre a permanência ou não do país na UE.
Entre os signatários ? que assinam o texto a título pessoal, e não em nome de suas empresas ? figuram o presidente da rede de pubs Wetherspoon, Tim Martin, ou Elaine Harries, diretora-executiva da sociedade de encomendas Action Express. Também aparecem ex-dirigentes de grandes empresas, como o ex-presidente da British American Tobacco, Patrick Sheehy, e o fundador da rede de produtos de higiene Superdrug, Peter Goldstein.
A maioria dos signatários são, no entanto, diretores ou responsáveis de pequenas e médias empresas. Os líderes das principais sociedades britânicas se declararam neutros no debate ou se pronunciarama favor da permanência do Reino Unido na União Europeia nos últimos meses.
Em seu texto, os signatários destacam a influência mundial da economia britânica. O país integra o clube dos países mais ricos do G7, que tem Londres como um de seus maiores centros financeiros do planeta.
“Pensamos, no entanto, que a competitividade do Reino Unido está minada por nosso pertencimento à UE em pleno fracasso?, disseram os empresários.
Eles ainda criticaram a burocracia de Bruxelas para as 5,4 milhões de empresas britânicas, quando apenas uma minoria delas comercializa concretamente com o bloco.
Boris Johnson, ex-prefeito conservador de Londres e líder do grupo favorável ao Brexit no Reino Unido, havia afirmado no domingo que a UE se comportava como Hitler ao tentar criar um supraestado. A declaração polêmica foi considerada por muitos um ato desesperado pelos partidários da permanência no bloco.
? Napoleão, Hitler, várias pessoas tentaram, e isso terminou de forma trágica. A UE é uma tentativa de fazer isso mesmo com métodos diferentes ? declarou Johnson. ? Mas fundamentalmente, o eterno problema é que não existe lealdade à ideia de Europa. Não há uma única autoridade à qual todos respeitem ou compreendam. Isto está provocando um enorme vazio democrático.