WASHINGTON – A maioria dos membros do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, disseram que uma alta nos juros do país seria apropriada em junho se a economia continuar a melhorar, mas eles ficaram divididos sobre se essas condições seriam alcançadas a tempo.
“A maioria dos participantes julgou que, se dados futuros forem consistentes com a recuperação do crescimento econômico no segundo trimestre, as condições do mercado de trabalho continuarem a se fortalecer e a inflação fazendo progresso em direção ao objetivo do comitê de 2%, então é provável que seria apropriado que o comitê aumente a taxa de juros federais em junho”, de acordo com as minutas da reunião de abril do comitê de política monetária dos EUA divulgadas nesta quarta-feira. ?Os participantes expressaram uma série de visões sobre a probabilidade de novas informações tornarem apropriado para ajustar a orientação da política na próxima reunião?.
Em referência a reunião do mês que vem, as autoridades em geral ?julgaram apropriado deixar as opções de política monetária abertas e manter a flexibilidade para tomar esta decisão? com base na evolução da economia, diz a documentação do Fed.
Após um primeiro trimestre fraco, indicadores recentes mostram uma retomada no trimestre em exercício. Um impulso na inflação foi registrado nesta semana, o que levantou as expactativas dos investidores quanto trajetória de elevação das taxas este ano, apesar da previsão de alta em junho continuar em baixa no mercado, em cerca de 14%, com base em preços futuros de financiamento federal.
ALTA NOS PREÇOS
O índice de preços ao consumidor avançou em nível recorde em mais de três anos no mês de abril. Os dados sobre habitação e gasto do consumidor também indicaram sinais de crescimento. O Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) no segundo período deve ser em torno de 2,5%, segundo a previsão da filial do Fed de Atlanta. A projeção é otimista diante do 0,5% de crescimento registrado entre janeiro e março deste ano.
Em abril, as autoridades do Fed mantiveram a taxa de juros na faixa de 0,25% a 0,5% pela terceira reunião seguida, mas indicaram que estavam ?deixando a possibilidade aberta? para uma elevação em junho. Os riscos desta perspectiva incluem o referendo britânico sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, que será no dia 23 do próximo mês, e a possível instabilidade financeira associada à moeda chinesa, indicam as atas.
Algumas autoridades do encontro demonstraram preocupação de que os mercados estão mal preparados para uma alta em junho e ?destacaram a importância da clara comunicação durante o período entre as reuniões sobre como o comitê pretende responder aos desenvolvimentos econômicos e financeiros?.
PRESIDENTES DISTRITAIS
Vários presidentes do Fed, incluindo os chefes do BC em Boston e São Francisco, Eric Rosengren e John Williams, respectivamente, manifestaram recentemente suas preocupações de que os mercados estão subestimando as chances de elevação dos juros no mês seguinte.
Os legisladores do Fed se reunirão novamente nos dias 14 e 15 de junho, e a presidente-geral do Fed, Janet Yellen, explicará a decisão em coletiva de imprensa como de costume.
O comitê aumentou os juros pela primeira vez em quase uma década em dezembro. Desde então, a autarquida aguarda uma resposta à volatilidade do mercado no início deste ano e a desaceleração do crescimento americano no primeiro trimestre. A partir de dezembro, os legisladores também passaram a divulgar um balanço de riscos, no qual eles ponderam os lados positivos e negativos de suas perspectivas. Em março, eles alertaram que os desenvolvimentos globais ?continuam a impor riscos?.
?Essa mudança na linguagem teve intenção de comunicar a percepção do comitê de que os riscos associados aos desenvolvimentos globais diminuíram um pouco desde a reunião de março do comitê sem caracterizar o balanço geral dos riscos?, indicam as minutas.