SÃO PAULO. Uma operação deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União nesta terça-feira mostra que o esquema de fraudes atingiu também o pregão eletrônico do governo, feito pelo sistema Comprasnet. Quatro mandados de busca e apreensão estão sendo realizados em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para buscar provas contra os suspeitos.
Segundo a Polícia Federal, as investigações duraram três anos e chegaram a um grupo de empresários que se organizou para fraudar compras e contratos realizados pela administração pública federal por meio do sistema eletrônico. Eles faziam acerto de preços e fraudavam os lances no sistema. Em apenas um dos casos investigados, o produto foi adquirido pelo governo com um ágio de 600%
No caso de licitações, os valores oferecidos pelos vencedores eram previamente ajustados, impedindo a livre concorrência e causando prejuízos aos cofres públicos, segundo à PF, que deu nome à operação de “Licitante Fantasma”.
De acordo com as investigações, algumas empresas que participavam dos pregões eram fictícias e atuavam apenas para promover uma falsa concorrência no sistema, pois pertenciam a um único dono.
O portal de compras do governo federal foi criado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e reúne licitações e contratos da administração pública federal. Por meio dele, as compras são feitas com mais agilidade, por meio de um pregão eletrônico. No portal, os fornecedores podem se inscrever no cadastro de fornecedores do Governo Federal, obter os editais e participar dos pregões.