Cotidiano

Ministro do Planejamento diz que Previdência está engolindo despesas públicas

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BRASÍLIA – O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta terça-feira que as despesas da Previdência Social ?estão engolindo? os gastos públicos. Ao participar de audiência pública na comissão especial da Câmara que analisa a proposta de reforma da Previdência, Oliveira disse que os gastos com benefícios respondem hoje por 54% das despesas primárias da União, sendo que, sem reforma, esse número chegará a mais de 80% em 2026.

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? Temos que tomar as ações necessárias para recolocar o Brasil no caminho do reequilíbrio fiscal, da retomada do emprego e da renda. Parte deste caminho é a reforma da Previdência. Hoje, 54% da despesa total é com Previdência e ela aumenta R$ 50 bilhões por ano. Já o nosso investimento é de R$ 40 bilhões. A Previdência está engolindo todas as outras despesas do governo federal, inclusive as da seguridade social ? disse o ministro.

Oliveira defendeu a reforma afirmando que ela não é dura e citou como exemplo o fato de ela ter uma regra de transição de 20 anos. Segundo ele, sem mudanças no sistema de aposentadorias, o Brasil será obrigado a fazer uma reforma muito mais dura, como a de países da Europa como Portugal e Grécia.

? Temos uma regra de transição de 20 anos. Não se pode falar que é uma reforma exagerada ou que é uma reforma duríssima. O Brasil tem uma oportunidade histórica de fazer uma reforma gradual ? disse ele, acrescentando:

? Quem não teve tempo de fazer uma reforma como a nossa, teve que fazer uma reforma diferente. A Grécia, por exemplo, teve que cortar a contribuição dos trabalhadores entre 5% e 10%. Já Portugal teve que suspender aposentadorias de quem já tinha direito. Hoje, no Brasil, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul não pagam (salários dos aposentados) porque não têm dinheiro. Sem reforma, vamos fazer o mesmo. Vou dizer ?devo, mas pago quando puder?.