RIO – A Light, distribuidora de energia em 31 municípios do Estado do Rio de Janeiro, teve um prejuízo de R$ 312,9 milhões em 2016 contra R$ 37,8 milhões de lucro em 2015. A companhia informou nesta sexta-feira que fechou o quarto trimestre do ano passado com um prejuízo de de R$ 194 milhões, contra o prejuízo de R$ 71 milhões apurado no mesmo período de 2015. Segundo a empresa, esse resultado foi fortemente impactado pelas perdas e prejuízos de cerca de R$ 227 milhões vindos das empresas em que a Light tem participação, notadamente a Renova e Guanhães Energia. Não fosse esse efeito, a Light teria um lucro de R$ 33 milhões.
O Ebitda Ajustado (receita operacional líquida menos custos e despesas operacionais, desconsiderando o resultado não-operacional) chegou a R$ 494 milhões, 29,8% acima registrado no mesmo período do ano anterior. Segundo a empresa o aumento foi em função do aumento de 34,2% no Ebitda específico da distribuidora Light Sesa (uma das empresas do Grupo Light) e também impactado pelas reduções nas perdas, nas provisões e nas despesas com pessoal, material, serviços de terceiros e outros (PMSO). A Light encerrou 2016 com dívida líquida de R$ 6,220 bilhões, aumento de 2,1% ante setembro de 2016.
Apesar do prejuízo no ano passado, a Light comemorou o fato de ter conseguido reduzir os índices de perdas de energia (furto) em sua área de concessão, um de seus maiores problemas. A companhia informou que que fechou o quarto trimestre de 2016 (4T16) com uma queda de 0,85 pontos percentuais (p.p.) no índice de perdas totais de energia (roubo) quando comparado a período anterior (3T16), representando 22,54% da energia total fornecida . A Light destacou que esse nível de perdas de energia é o menor registrado em quase cinco anos (desde setembro de 2012), o que, de acordo com a companhia, mostra ?o êxito na estratégia de combate às perdas iniciada em 2016, intensificando as ações em bairros de média e alta renda por meio de medidas que visam a recuperação e incorporação de maiores volumes de energia por cliente.?
Segundo a companhia no ano passado houve melhoria nos índices de tempo de duração das interrupções e de frequência. A Duração Equivalente de Interrupção (DEC) ? número médio de horas que um consumidor fica sem energia elétrica em um ano ? foi de 11,70 horas, 7,2% a menos que o registrado em dezembro de 2015. Já a Frequência Equivalente de Interrupção (FEC) ? número médio de vezes em que houve interrupção do fornecimento de energia durante um ano ? chegou a 6,48 vezes, resultado similar ao quarto trimestre do ano anterior.
O consumo total de energia na área de concessão da Light, no quarto trimestre, cresceu 0,6% sobre o quatro trimestre de 2015, alcançando 6.533 gigawatts/hora (GWh), principalmente devido ao consumo residencial, que subiu 9,1%, em função do grande volume de energia recuperada.
Em 2016, o total investido pela Light somou R$ 953,2 milhões, incluindo aportes. O segmento de distribuição concentrou o maior volume, totalizando R$ 659 milhões, com destaque para as ações de melhoria na qualidade do fornecimento de energia e para o programa de combate às perdas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, em 14 de março de 2017, a quarta Revisão Tarifária Periódica (?RTP?) da Light, antes prevista para ocorrer em 7 de novembro de 2018. Essa antecipação só foi possível por meio da assinatura do quinto termo aditivo ao seu contrato de concessão, aprovado pela Aneel em 7 de março de 2017.
Em decorrência da assinatura do aditivo contratual, os processos tarifários ordinários da Light (revisões a cada cinco anos e reajustes anuais) passarão a ocorrer no dia 15 de março de cada ano, sendo que a próxima RTP ocorrerá em 15 de março de 2022. O prazo final da concessão da Light permanece em 4 de junho de 2026.
Com a revisão tarifária, os consumidores dos 31 municípios da área de concessão da companhia de energia terão, a partir desta data, um aumento médio de 10,45% nas tarifas, que será aplicada de forma diferenciada por classe de consumo. Para os clientes residenciais atendidos na baixa tensão (B1) o aumento será de 9,78%, enquanto que os demais clientes da baixa tensão (comerciais ? B3, Iluminação Pública ? B4 e os que vivem em áreas rurais ? B2) perceberão aumento de 9,86%. Já para os clientes abastecidos em alta tensão (grandes indústrias, por exemplo), os percentuais médios irão variar entre 9,21% e 19,33%.